A administradora executiva do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), vê no projecto de migração laboral para Portugal, da OIM, “uma grande oportunidade” para os jovens cabo-verdianos e uma forma de reduzir o desemprego em Cabo Verde.
A administradora executiva do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), vê no projecto de migração laboral para Portugal, da OIM, “uma grande oportunidade” para os jovens cabo-verdianos e uma forma de reduzir o desemprego em Cabo Verde.
Essa declaração foi feita hoje por Aldina Delgado, em conversa com os jornalistas, na sequência de um encontro que a instituição manteve com uma missão de Portugal que se encontra em Cabo Verde, organizada pela Organização Internacional da Migração (OIM), no âmbito do projecto promoção de “Uma boa gestão da migração laboral de Cabo Verde para Portugal”.
Trata-se, segundo a representante da OIM em Cabo Verde, Quelita Gonçalves, de uma primeira articulação e coordenação entre as instituições públicas e empresas privadas dos dois países para se entender os dois contextos e as duas necessidades, e como ultrapassar alguns problemas como do acesso ao visto.
“Para Cabo Verde é interessante que se tenha essa parceria de proximidade na área de migração laboral porque nós temos uma taxa de desemprego muito alta e essa é uma das soluções criar mecanismos seguros e regulares de forma que as pessoas possam já sair de Cabo Verde com o propósito e um projecto de migração elaborado e bem pensado”, disse.
A OIM adianta que o turismo é um sector que nos últimos anos tem evidenciado uma crescente necessidade de trabalhadores com diferentes níveis de qualificação, entende-se que existem oportunidades de colaboração entre os dois países.
Neste sentido, considerou fundamental a implementação de esquemas de migração laboral céleres que deem resposta a estas necessidades de mão-de-obra e que, simultaneamente, sejam proveitosos para os potenciais migrantes, garantindo procedimentos de recrutamento ético e a proteção dos direitos dos trabalhadores migrantes.
A comitiva integra a representantes da região de Turismo do Algarve, a Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), o IEFP e o Gabinete da secretaria de Estado do Trabalho de Portugal, estando previstos encontros com várias instituições públicas Cabo Verde, com a Embaixada de Portugal em Cabo Verde e com empresários do sector do Turismo presentes no País.
O representante do Turismo de Algarve, João Fernandes, adiantou que só na região do Algarve há, neste momento, cerca de 5000 mil oferta de empregos, e que as autoridades dão preferência aos cabo-verdianos por terem já dados provas de serem profissionais qualificados, para além de outros aspectos de proximidade como a língua comum.
A administradora executiva da IEFP, Aldina Delgado, considerou que esse interesse dos operadores portugueses em contratar os profissionais cabo-verdianos no quadro programa de migração laboral da OIM é “uma grande oportunidade” para os jovens cabo-verdianos.
“O IEFP e os próprios formandos encaram essa possibilidade com grande entusiasmo. Como nós sabemos aqui em Cabo Verde a taxa de desemprego está alta. Em 2019 houve melhorias, houve uma baixa da taxa de desemprego, mas com o advento da pandemia há muitas pessoas que foram para o desemprego”, disse.
“Nós temos uma taxa de desemprego de 14,5%, entretanto quando vamos ver a taxa de desemprego jovem a percentagem é superior e eles vêm como uma grande oportunidade. Trata-se de jovens que estão qualificados que vão conseguir um emprego com contrato de trabalho, um emprego digno com a garantia de todos os seus direitos laborais”, acrescentou.
Para além do IEFP, a missão já manteve um encontro com o embaixador de Portugal em Cabo Verde para tratar da questão dos vistos. Tem igualmente marcadas sessões de trabalho com o Ministério dos Negócios Estrangeiros e a Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde e com empresários do sector do turismo em Cabo Verde entre outras entidades.