in Jornal Público
Portugal está no caminho de alguns dos piores impactos previstos para a Europa. No Sul do continente, antevê-se mais ondas de calor, menos água para consumo humano e produção eléctrica, menor produção de alimentos e mais fogos florestais. O país também estará sob o risco acrescido de cheias súbitas, a partir de 2020, e cheias costeiras - que afectarão mais 2,5 milhões de europeus até 2080.
O novo relatório do IPCC, porém, essencialmente aprofunda o conhecimento do que pode acontecer no continente europeu."Em relação ao que já se sabe, não há grandes novidades", afirma Filipe Duarte Santos, da Universidade de Lisboa, um dos revisores do capítulo do relatório sobre a Europa. "O que foi feito foi reanalisar com mais cuidado, reunindo as publicações novas."
Maria José Roxo, do Departamento de Geografia e Planeamento Regional da Universidade Nova de Lisboa, também teve uma participação, no princípio da elaboração daquele capítulo e afirma: "Houve um enorme avanço na ciência e no diagnóstico da situação."
A versão preliminar do relatório hoje divulgado aponta, para o Norte da Europa, potenciais benefícios na produção de alimentos e electricidade, mas maiores riscos de cheias de Inverno.