7.7.11

Fafe e Póvoa Lanhoso lutam contra pobreza

Marta Caldeira, in Correio do Minho

“Ajudar os mais desfavorecidos e criar condições para uma sociedade mais justa e melhor para quem mais precisa”. É este o principal objectivo dos contratos locais de desenvolvimento social, que foram prorrogados pelo Estado e cujos contratos-compromisso foram, ontem, assinados pelas Câmaras de Fafe, Póvoa de Lanhoso, Segurança Social e pela instituição promotora ‘Sol do Ave’.

Depois do “sucesso” das acções na luta contra a pobreza que aquelas autarquias apontaram ter alcançado nos últimos três anos na região do Ave, mediante os contratos celebrados anteriormente, está agora contratualizada a sua continuidade por mais dois anos.

Maria do Carmo Antunes, directora do Centro Distrital de Braga da Segurança Social, indica que estes contratos vieram substituir a medida 1 do Progride - Programa para a Inclusão e Desenvolvimento - tornando-se “um paradigma diferente para a inclusão e combate à pobreza”, uma vez que as suas acções se coadunam com as características de cada território.

No caso da região do Ave, a Segurança Social caracteriza o território como “industrializado e fortemente desqualificado”, pelo que as acções dos contratos locais foram dirigidas à população mais carenciada, tendo em vista elevar a sua informação, formação profissional e parental, empregabilidade e novas tecnologias.

A directora da Segurança Social de Braga destacou, por outro lado, o facto de haver “uma grande responsabilidade das autarquias, pois são elas que escolhem as entidades parceiras para promover as acções d os seus contratos - que neste caso é a ‘Sol do Ave’”.

Críticas à burocracia e falta de acções materiais

“Na Póvoa de Lanhoso, por exemplo, uma das acções mais importantes foi dar apoio à criação de micro empresas, dando a possibilidade aos mais jovens de criarem as suas próprias empresas”, sublinhou Manuel Baptista, presidente da autarquia povoense, destacando, por outro lado, a questão dos subsídios atribuídos e a qualificação e formação às famílias mais carenciadas do concelho.

Para o presidente da Câmara Municipal de Fafe, José Ribeiro, “a prorrogação do contrato é deveras importante para os dois municípios. Nós fomos percursores e agora vamos dar continuidade ao trabalho já desenvolvido”.

O autarca fafense criticou, todavia, o excesso de burocracia. “Estes contratos padecem de burocracia para a simplicidade que encerram”.
“Tenho pena que estes contratos não tenham acções materiais, porque há ainda muita falta de materiais para as classes mais desfavorecidas, como por exemplo a melhoria da habitação”.

A falta de acções materiais foi sublinhada pelos dois municípios, ambos com experiência em programas de apoio habitacional para os mais carenciados.

“A intervenção ao nível da habitação e da melhoria das condições de habitação é fundamental para elevarmos o nível social das famílias”, referiu José Ribeiro.

“Infelizmente estes contratos continuam a não ter intervenções materiais, mas esperamos que no futuro essa situação possa ser revista”.