13.7.11

Van Rompuy elogia esforço português e desvaloriza avaliação da Moody’s

Por Maria José Oliveira, in Público on-line

Depois de um encontro com o Presidente da República, em Belém, e de uma reunião, que durou cerca de uma hora, com Pedro Passos Coelho, Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, disse nesta terça-feira, acreditar no programa de reformas que o Governo propõe para os próximos quatro anos, pois “atingem o coração” dos problemas.

Numa declaração feita na residência oficial do primeiro-ministro, o presidente permanente do Conselho Europeu elogiou as medidas de austeridade que o Executivo acrescentou àquelas que foram acordadas com a troika, aproveitando para desvalorizar a descida do rating da dívida nacional por parte da Moody’s.

Van Rompuy alertou ainda que as medidas não devem apenas servir para baixar o défice orçamental, mas também para proteger o Estado social e promover emprego. E deixou a receita de que o combater contra o desemprego deve realizar-se com crescimento económico.

Salientando ainda a “resiliência” dos portugueses, Rompuy disse ser “extremamente importante diferenciar” os países que recorreram ao financiamento externo e assegurou que o Eurogrupo está empenhado na estabilidade financeira do euro. E notou: “A média do défice da zona euro é menor do que a dos EUA e do Reino Unido.”

Sobre a eventual reunião extraordinária do Eurogrupo, que poderá acontecer na sexta-feira, o responsável disse que ainda nada está decidido. “Mas não a excluo”, acrescentou.

Momentos antes, Passos Coelho defendeu que, apesar das medidas anunciadas na sequência das reuniões do Eurogrupo e do Ecofin serem “positivas”, é necessária uma “reposta robusta e coerente” para o “problema sistémico que hoje atinge toda a União Europeia”.

“Do nosso ponto de vista, as medidas que foram até à data anunciadas, sendo extremamente positivas, podem não ser suficientes para responder à urgência de encontrar uma resposta global no seio da UE que ponha termo à volatilidade e à forte instabilidade que se tem vivido”, sustentou.