Natália Faria, in Público on-line
Associação lamenta que cortes estejam a contribuir para o empobrecimento das famílias.
Depois dos trabalhadores dos impostos, são os assistentes sociais. A Associação dos Profissionais de Serviço Social queixa-se da forte pressão a que estes profissionais estão sujeitos por parte dos cidadãos indignados com os sucessivos cortes nas prestações sociais.
Mais: a própria associação contesta “as fortes restrições sucessivamente verificadas no âmbito das medidas de protecção e apoios sociais” e aponta o facto de os assistentes sociais serem quotidianamente chamados a dar a cara “por medidas que contrariam os princípios e valores basilares da sua profissão e da salvaguarda da dignidade cidadã”.
A associação entende que os cortes aplicados em prestações como o Rendimento Social de Inserção, o abono de família e as pensões têm como tradução prática o “empobrecimento e a exclusão social de cidadãos que já se encontram em situação de risco e de vulnerabilidade”.
“É visível e sentida a degradação da coesão e do laço social, bem como o desespero e sofrimento das pessoas perante a crescente desprotecção social decorrente das limitações no acesso a prestações sociais e serviços públicos”, escreve a associação numa nota enviada às redacções.
No passado dia 15, uma assistente social que trabalha na EB 2,3 de Cercal do Alentejo foi sequestrada por um aluno daquele estabelecimento de ensino. Segundo o jornal Correio da Manhã, Patrícia Duarte transportava o rapaz de 16 anos para um estágio curricular numa empresa e quando lá chegaram o adolescente apontou-lhe uma navalha e obrigou-a a dirigir-se para um sítio ermo. A assistente social foi golpeada no pescoço e num dedo, sem gravidade.