8.1.21

Quase metade dos portugueses não conta com aumento salarial em 2021

António Larguesa, in Negócios on-line

Reestruturações, despedimentos e impacto da pandemia no negócio ou no setor são os motivos apontados à consultora Robert Walters para o congelamento de ordenados e bónus. Veja os perfis mais procurados por área de especialização.

Ter um aumento salarial em 2021 é uma hipótese afastada por 43% dos profissionais portugueses inquiridos pela Robert Walters, que justificam o congelamento do ordenado durante este ano com as reestruturações e despedimentos (31%) na empresa ou com o "forte impacto" da covid-19 no negócio ou no setor de atividade.

Por outro lado, a consultora especializada no recrutamento de quadros intermédios e de direção refere que 65% das empresas nacionais que vão ter progressões salariais – entre 1% e 5% – assentam-no no "desempenho e produtividade" do funcionário e 45% nos resultados do setor e da companhia. Quase 30% falam no critério do "potencial demonstrado pelo colaborador".

No que toca a bónus, que este ano vai ser cortado em muitas empresas mas "nos casos em que existe será entre 1% e 15% do salário base total", os dados referentes a Portugal incluídos no "Salary Survey Global 2021", assente em inquéritos realizados em dezembro de 2020, mostram que em 45% dos casos será definido pela antiguidade do colaborador na empresa e em 39% será atribuído pelo cumprimento de metas individuais (39%).

Numa nota divulgada esta quinta-feira, 7 de janeiro, a consultora Robert Walters lista os principais setores em crescimento no ano que está a começar – transformação digital, e-commerce, "analytics" e "business intelligence"; inteligência artificial, data e robótica; e energias renováveis – e também os três perfis mais procurados em Portugal por cada área de especialização em que opera.

Recrutadores temem expectativas salariais "demasiado elevadas"Os maiores desafios que os responsáveis de recrutamento enfrentam quando procuram contratar novos profissionais são as expectativas salariais e de benefícios demasiado elevadas por parte dos candidatos (62%), a falta de "soft skills" essenciais (52%), a falta de experiência no setor (51%) e também de qualificações técnicas (28%).Para atrair e reter talento em 2021, ano em que os salários não serão tão competitivos, François-Pierre Puech, gestor da Robert Walters Portugal, aconselha as organizações a "implementar benefícios como flexibilidade e trabalho remoto, pois cada vez mais profissionais procuram oportunidades de emprego com esses benefícios, além de oportunidades de formação, melhor uso de tecnologias e maior foco no bem-estar".