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O desemprego e o desespero em resultado da crise estão a consolidar uma forma de fraude informática que desde 2009 registou um «boom» em Portugal, disse à Lusa um responsável pela investigação criminal da Polícia Judiciária.
A fraude chama-se «phishing» e consiste em obter dados pessoais sobretudo para aceder a contas bancárias e fazer branqueamento de dinheiro.
«Podemos identificar um boom de situações de phishing entre 2009 e 2011», admitiu o responsável pela Secção Central de Investigação da Criminalidade de Alta Tecnologia (SCICAT) da PJ, Carlos Cabreiro.
Só em 2012, o aumento registado deste tipo de crime ascendeu aos 20% em relação a 2011, referiu. Carlos Cabreiro adiantou que apenas na área de Lisboa houve 800 inquéritos que representam um prejuízo de quase um milhão de euros.
A «pesca» é feita, em muitos casos, através de ofertas de emprego a que as pessoas respondem dando dados pessoais.
«É um dos modus operandis que existe e baseia-se na mensagem ilusória de [oferta de] emprego, levando as pessoas a fornecer dados pessoais que não deviam ser, em nenhum momento, fornecidos a terceiros», explicou Carlos Cabreira.