11.2.13

Grupo de intelectuais lança manifesto a favor de uma nova escola

in Público online

Sociedade civil tem de se mobilizar em prol de uma nova escola, defende novo manifesto em defesa da educação.


Professores, deputados, sindicalistas, artistas e escritores, entre outros, lançam nesta sexta-feira na Escola Secundária Gil Vicente, em Lisboa, uma manifesto em prol de “Uma escola para um Portugal com futuro”, que não é, segundo os signatários, a que está a ser configurada agora.

O objectivo, frisam, é o de levar à “participação activa dos cidadãos e das estruturas da sociedade portuguesa interessadas em alterar a política educativa que tem vindo a ser prosseguida”. O manifesto é subscrito, entre outros, pelos professores universitários José Barata Moura e José Manuel Pureza, ex-líder parlamentar do Bloco de Esquerda, pelos escritores Mário de Carvalho e Lídia Jorge, pelo compositor Fausto e a actriz Rita Blanco, e pelos dirigentes das duas principais federações sindicais de docentes, Mário Nogueira e João Dias da Silva.

Para os subscritores, as medidas do actual executivo “só podem redundar numa escola burocrática, despojada de uma verdadeira autonomia, diminuída no seu funcionamento democrático, selectiva, geradora de profunda instabilidade para os seus profissionais, empobrecida na sua oferta curricular e nos seus recursos humanos e financeiros”.

Alguns dos exemplos apontados: o aumento de alunos por turma, a redução do currículo às disciplinas fundamentais ou a diminuição de verbas para projectos de investigação.

“Tudo isto em nome de uma redução do orçamento para a Educação. Mas será que se tiveram em conta os elevados custos sociais e o preço a pagar no futuro?”, questionam.

A mudança, defendem, passa por garantir “uma escola capaz de preparar crianças e jovens para um futuro incerto e exigente”. Só assim será possível “dotar o país de cidadãos apetrechados com sólidas capacidades de reflexão, de intervenção e participação solidária”, acrescentam.

Os signatários lembram que estudos internacionais têm confirmado que, apesar de alguns progressos nos últimos anos, Portugal continua a ser um dos países que revelam “maior fragilidade” no que respeita à garantia da equidade na educação, uma situação que, alertam, poderá agravar-se com o encaminhamento precoce de alunos para modalidades de formação profissionalizantes. Esta opção levará a que se retome um “modelo de escola correspondente a uma sociedade dividida, hierarquizada, que reforça e legitima as diferenças de origem social e cultural das crianças".