2.2.13

"Há muitas famílias a viver sem água, luz e gás em casa"

por Paula Costa Dias, in RR

Presidente da Sociedade de S. Vicente de Paulo adverte que as actuais ajudas sociais não chegam. "Governo não está a encarar este problema como um problema efectivo, que pode trazer graves problemas à sociedade", afirma António Correia Saraiva.

Apesar dos apoios sociais, há famílias portuguesas a viverem sem luz e sem água, alerta o presidente da Sociedade de S. Vicente de Paulo.

“Há muitas famílias que, mesmo com estes apoios todos, estão a viver sem água, sem luz, sem gás em casa”, afirmou António Correia Saraiva, no final de uma reunião que juntou esta sexta-feira, em Fátima, as instituições que gerem o fundo social solidário criada pelo Igreja Católica.

O presidente da Sociedade de S. Vicente de Paulo garante que as conferências e a Cáritas não vão abandonar estas pessoas em dificuldades. “Continuam com elas e vão tentar resolver o problema junto de outras instituições: da câmara, da junta de freguesia”.

Em 2012, o fundo social solidário recebeu 1.980 pedidos de ajuda, no valor de 1 milhão 840 mil euros, por parte de famílias com dificuldades, mas apenas 470 mil euros foram disponibilizados.

A maior parte dos pedidos, 1.980, visava pagar despesas com a habitação, como o crédito, água, luz e gás, mas apenas 982 foram aceites, o que deixou de fora muitas famílias, que tiveram de ser encaminhadas para outras instituições.
Os donativos têm diminuído, o que leva António Correia Saraiva, presidente da Sociedade de S. Vicente de Paulo, a demonstrar apreensão relativamente a este ano.

“O Governo não está a encarar este problema como um problema efectivo e que pode trazer graves problemas à sociedade. Vamos ter um ano de 2013 muito difícil e vamos viver com ele da maneira que o povo português seja solidário com as instituições que estão no terreno”, apela o presidente da Sociedade de S. Vicente de Paulo.

Vila Real, Porto, Setúbal e Guarda foram as dioceses que mais recorreram ao Fundo Social Solidário criado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), para ajudar famílias no pagamento de despesas urgentes.