Ana Margarida Pinheiro, in Dinheiro Vivo
Num momento em que o desemprego jovem afeta a maioria dos países periféricos, os líderes europeus querem incluir no Orçamento da União Europeia para 2014-2020 um fundo que permita combater estes números.
É uma novidade no Orçamento comunitário, que hoje volta a ser discutido pelos líderes dos 27 em mais uma cimeira de líderes. Segundo a Europa Press, este fundo deverá ter uma capacidade entre três e cinco mil milhões de euros, que poderão ser utilizados pelos Estados membros para políticas ativas de emprego.
Esta criação tem especial interesse para Portugal já que está no pódio dos países mais afectados pelo desemprego. Segundo dados revelados pelo Eurostat, o desemprego jovem atingia, em dezembro, 38,3% dos portugueses com menos de 25 anos.
Portugal tem a terceira pior taxa da União Europeia, logo atrás de Espanha e Grécia. No país vizinho, a taxa de desemprego entre os jovens já representa mais de metade da população abaixo dos 25 anos. São 55,6% de jovens, um número que voltou a aumentar em dezembro (55,4% em novembro). Já os últimos dados referentes à Grécia (outubro) mostram que estavam sem emprego 57,6% dos jovens helénicos.
Os líderes querem pôr um travão a estes números e por isso propõem que por cada euro financiado pelo fundo social europeu para programas de formação e emprego, este novo mecanismo coloque um outro euro. Falta, todavia, acertar se o Estado beneficário também deve colocar um montante para o mesmo fim.
Por decidir está também o nível de desemprego que poderá ativar este fundo, como são efectuados os cálculos e por quanto tempo deve funcionar o mecanismo - se dois ou sete, como estipula o Orçamento da UE.
As regras que vão aputar o fundo deverão ficar definidas hoje. Herman Van Rompuy deverá apresentar uma nova proposta às 14h00 de Lisboa, momento em que se inicia a cimeira de líderes.