in Jornal de Notícias
A chanceler alemã, Angela Merkel, advertiu, esta sexta-feira, que a iniciativa garantia jovem, que contará com seis mil milhões de euros do orçamento comunitário para 2014-2015, não vai produzir resultados imediatos.
Neste sentido, recomendou que não se façam "falsas promessas" porque criar postos de trabalho para combater a elevada taxa de desemprego jovem na Europa "levará o seu tempo".
Na perspetiva da chanceler alemã, que falava na conferência de imprensa no final do primeiro dia da cimeira da União Europeia (UE), num prazo de meio ano os jovens desempregados não estarão a beneficiar ainda da iniciativa, que pretende assegurar que os europeus até aos 25 anos que se encontram desempregados há quatro meses tenham acesso a um trabalho, a um estágio ou a um programa de formação.
"É um caminho difícil. Há que ser realista com a garantia jovem. Não podemos dizer que dentro de meio ano todos os seis milhões de jovens têm uma garantia; isso não funcionará. Mas temos que mostrar, ano após ano, resultados", apontou, ao defender que para ajudar os jovens desempregados existem opções de criar postos de trabalho no setor privado com incentivos e de estabelecer soluções "ponte" por parte do Estado.
Neste sentido, a chanceler alemã explicou que vai organizar, na próxima quarta-feira, dia 03, em Berlim, uma reunião com os ministros do Trabalho e os responsáveis pelos serviços de emprego para analisar como proceder para que os países recebam, o quanto antes, os fundos da garantia jovem.
O encontro servirá ainda para a troca de opiniões sobre as "melhores práticas" e para estudar como intensificar a colaboração entre as diferentes agências de emprego, disse.
Merkel refutou, por outro lado, que a verba a alocar seja insuficiente para o fim a que se propõe, apesar de não descartar a possibilidade da UE rever o montante uma vez esgotado.
"É uma questão de combinar estes fundos com os sociais, os estruturais e os recursos nacionais", realçou.
No caso de se esgotarem os seis mil milhões depois de ano e meio veremos. No entanto, seria bom que os jovens vissem que estamos a fazer algo por eles", concluiu.