Por Ana Tomás, in iOnline
António Saraiva avisa que o governo deve ler os sinais manifestados nas ruas e ouvir as posições dos parceiros sociais
O presidente da CIP, António Saraiva, avisa que uma “chispa” pode fazer explodir a “bomba relógio” da paz social.
Em entrevista à Antena 1, o responsável da confederação patronal, afirma que apesar de desejar que o governo cumpra a legislatura até ao fim, a “bomba relógio” da paz social poderá explodir se o primeiro-ministro continuar a rejeitar as posições dos parceiros sociais sobre a situação do país, como aconteceu na concertação social esta semana.
O presidente da CIP lembra que se não houver um novo rumo e a manter-se o crescimento do desemprego haverá um aumento do clima de tensão na população, apesar dos esforços feitos pelos parceiros sociais.
“É preciso ler estes sinais”, alerta António Saraiva, acrescentando que “a fome é má conselheira” e que “o ser humano sem esperança é socialmente perigoso”.
O responsável acrescenta que as confederações patronais têm trabalhado com o governo, sobretudo com o ministro da Economia, para encontrar soluções para um desenvolvimento económico diferente, mas recorda que a apresentação de propostas legislativas compete ao executivo.
“Temos dialogado, não temos é visto correspondência do diálogo à aplicação das medidas e é isso que faltava”, explica António Saraiva.
O presidente da CIP revela, na mesma entrevista, que já pediu audiências ao primeiro-ministro e ao Presidente da República e que vai pedir também reuniões com os partidos políticos com assento parlamentar para apresentar o documento que pede ao governo uma mudança de rumo político.