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Há mais portugueses a viver abaixo do limiar considerado em 2007 para se ser pobre, segundo estudo publicado pelo Eurostat.
O número de portugueses considerados pobres terá crescido de 18% em 2010 para mais de 21% no ano passado, segundo um estudo do britânico Institute for Social and Economic Research, que confirma que os portugueses com rendimentos mais baixos vivem na prática com maiores dificuldades do que há dois anos.
Os últimos dados oficiais sobre a taxa de risco de pobreza, que têm em conta o número de portugueses que vivem com menos de 60% do rendimento nacional mediano, remontam a 2010 e têm por base indicadores como a evolução dos apoios sociais, subsídios de desemprego ou a carga fiscal.
Para responder às limitações da chamada taxa de risco de pobreza, três investigadoras da Universidade de Essex, que a TSF cita, partiram daquele do indicador que, em 2007, era o limiar de rendimento para se ser considerado pobre. E, tendo em conta a inflação, indicam num estudo recentemente divulgado pelo Eurostat, o número de portugueses pobres sobe em dois anos de 18% para 21%.
À TSF, Jekaterina Navicke, uma das investigadoras explica que, tal “como noutros países da Europa do Sul” atingidos pela crise financeira, os níveis de vida da população caíram de 2007 para cá, “pelo que assistimos, neste segundo indicador, a um aumento da taxa de pobreza”.
Segundo as investigadoras, não só o rendimento médio dos portugueses terá caído 6% de 2010 a 2012, como as pessoas com rendimentos mais baixos estão a viver com mais dificuldades.
O estudo centra-se na evolução da pobreza, da desigualdade e dos rendimentos de oito países da União Europeia, entre eles alguns dos mais directamente afectados pelas medidas de ajustamento orçamental, onde se inclui Portugal. No estudo são analisados ainda a Grécia, a Espanha, a Itália, a Estónia, a Letónia, a Lituânia e a Roménia.