24.2.14

Justiça social deve ser reconhecida como príncipio fundamental no combate à pobreza

in iOnline




Para a Cáritas, a “verdadeira justiça social requer um forte compromisso” entre os aspetos sociais, políticos e económicos

A Cáritas Portuguesa e a Cáritas Europa apelaram hoje a “todos os decisores políticos” para que reconheçam a justiça social como um princípio fundamental no combate à pobreza e exclusão social

O apelo surge no Dia Mundial da Justiça Social, criado em 2007 pela ONU, com o objetivo de apoiar os esforços da comunidade internacional para erradicar a pobreza, promover o trabalho digno, bem-estar e “justiça para todos”.

Em comunicado publicado no site da Cáritas Portuguesa, as duas organizações da Igreja Católica citam as estatísticas mais recentes, segundo as quais 124,5 milhões de pessoas na UE a 28 Estados-membros viviam, em 2012, em risco de pobreza ou exclusão social.

Em Portugal, 25,3% da população (mais de 2,6 milhões de pessoas) estavam em risco de pobreza ou exclusão social em 2012.

“Embora a Comissão Europeia e os Estados-Membros da União Europeia, incluindo Portugal, se tenham comprometido a tomar medidas sérias para reduzir significativamente estes números, a realidade é que há mais pessoas nesta situação no nosso país e que muitas não estão sequer na estatística oficial”, refere o comunicado.

A Cáritas lembra que o tratado da UE afirma claramente que a justiça social deve ser promovida.

“É uma tarefa a ser cumprida por Portugal e também pela Cáritas, cuja missão inclui a promoção da justiça Social e o alerta aos decisores políticos para que lhe deem uma importância, particularmente no atual ambiente social, que está profundamente alterado”, salienta.

Para a Cáritas, a “verdadeira justiça social requer um forte compromisso” entre os aspetos sociais, políticos e económicos.

“Sem crescimento económico não há recursos adequados para o desenvolvimento social e sem investimento num sistema de proteção social, inclusão social e serviços sociais não há desenvolvimento económico estável a longo prazo”, sustenta.

“Inspirada pelas vozes das pessoas em situação de pobreza e de exclusão social”, a Cáritas Portuguesa apela também aos decisores políticos, a nível nacional, regional e local para que o combate à pobreza e à exclusão social seja uma questão de prioritária e que não hesitem em dar-lhe aplicação prática.

Defende ainda que as próximas eleições para o Parlamento Europeu deverão abranger este tema, que tem uma “importância crucial para o futuro de uma Europa social”.