in iOnline
Para o sociólogo, a tentativa de consenso durante a crise política do Verão passado foi "uma verdadeira coreografia de aparências"
António Barreto considerou que, passados três anos, o país está melhor em certos aspectos, mas também está igual noutros e pior noutros, mas – acrescentou - há muito por fazer e vai demorar décadas. Por isso mesmo, os maiores partidos deviam entender-se, afirmou em entrevista à "Rádio Renascença".
"Os dois grandes partidos têm hoje uma responsabilidade que, se não a assumirem, são verdadeiros criminosos. São ´hooligans`", disse", acrescentando ainda que "se o PS e o PSD não se prepararem hoje para encontrar soluções duradouras e sustentáveis para os próximos cinco ou dez anos são verdadeiros ‘hooligans` da política, que só estão interessados em ganhar as eleições europeias ou do ano que vem".
Barreto reconheceu ainda que os dois partidos não dão sinais de serem capazes de estar à altura das responsabilidades: "A maior parte dos sinais que eles dão é que não são capazes, nem querem" e colocou uma especial responsabilidade no PS.
"Devia ter sido o PS - não era a aceitar - era a fazer as propostas. Era ao PS que competia dizer ao Governo ‘nós estamos prontos, estamos prontos para rever a Constituição se for preciso, para fazer um programa conjunto do QREN, para começar a fazer uma experiência com os orçamentos e para preparar a reforma do Estado e estamos disponíveis para criar as estruturas necessárias de debate, de discussão, de estudo para que nos próximos cinco anos possamos fazer isso, independentemente de qualquer calendário eleitoral", defendeu o sociólogo, para quem a tentativa de consenso durante a crise política do Verão passado foi "uma verdadeira coreografia de aparências".
Recorde aqui a entrevista ao i dada em Janeiro em que defende que “este governo é cobarde".