in Jornal de Notícias
Mais de 30 mil portugueses chegaram ao Reino Unido em 2013 para trabalhar, um aumento de quase 50% face ao ano anterior, segundo números oficiais sobre as inscrições na Segurança Social.
No Relatório Trimestral sobre as Estatísticas de Migração do Instituto Nacional de Estatísticas britânico, revela-se que no ano passado pediram um número de segurança social 30,12 mil portugueses, um aumento de 47%, equivalente a quase mais 10 mil pessoas, face aos 20,44 mil de 2012.
Este é um dos parâmetro para as autoridades estudarem os padrões de imigração a longo prazo porque a inscrição na Segurança Social é obrigatória para pessoas que queiram trabalhar no país pela primeira vez.
Porém, o indicador não equivale ao número de imigrantes portugueses que chegaram e ficaram ao Reino Unido, pois o procedimento pode ter sido efetuado para trabalhadores sazonais ou temporários e não contabiliza aqueles registados anteriormente.
Desde 2007 que o Ministério do Trabalho britânico regista uma média anual de cerca de 12 mil novos portugueses, mas em 2011 o número de inscrições na segurança social já tinha disparado para 16,35 mil.
Os valores publicados, esta quinta-feira, colocam Portugal entre os cinco países com maior número de inscrições, atrás da Polónia (111,45 mil), Espanha (51,73 mil), Itália (44,11 mil) e Índia (30,62 mil).
No geral, imigraram para o Reino Unido entre setembro e 2012 e setembro de 2013, 532 mil pessoas, das quais se estima que 209 mil sejam europeus, o valor mais alto desde 1964, quando começaram a ser recolhidas informações junto de europeus que viajam de avião, comboio e barco.
Este aumento é significativo face aos 149 mil europeus que chegaram nos 12 meses anteriores, entre setembro de 2011 e 2012, o que levou o secretário de Estado para a Imigração britânico, James Brokenshire, a reiterar hoje a necessidade de introduzir medidas como um período de três meses mínimo até poderem pedir subsídio de desemprego.
Em declarações à BBC, aquele governante afirmou que o executivo está "determinado a lidar com o abuso da livre circulação e a resolver alguns dos fatores de subsídios e segurança social" que podem motivar as pessoas a irem para o Reino Unido.