in Diário Digital
O Grupo Consultivo para a Integração das Comunidades Ciganas (CONCIG) alertou as autoridades judiciárias para a necessidade de encontrarem “caminhos que conduzam à inclusão” das crianças ciganas no sistema de ensino.
O alerta do CONGIG, divulgado no Dia Internacional dos Ciganos, que foi assinalado na terça-feira, surge na sequência de decisões judiciais que determinaram o arquivamento de processos referentes ao abandono escolar precoce de menores oriundos das comunidades ciganas, com “base nas suas especificidades étnicas e culturais”.
Em comunicado, o grupo consultivo lembra que “a educação é um direito inalienável” e “fundamental enquanto garantia do acesso à igualdade de oportunidades, designadamente de género”.
Salienta ainda que “é possível a conciliação entre o direito fundamental do acesso à educação e o direito à identidade cultural das crianças e jovens provenientes das comunidades ciganas”.
Segundo o grupo, já existem práticas que têm sido implementadas nos últimos anos e que têm alcançado “resultados significativos” no combate ao abandono escolar precoce e na promoção do sucesso educativo.
Estas práticas, que passam por ofertas formativas diversificadas e pelo diálogo com os parceiros locais, famílias, mediadores e associações ciganas, evitam o “encaminhamentos de crianças ciganas de uma forma generalizada e injustificada”.
O grupo anunciou que irá “dar conhecimento desta preocupação” junto do Governo e das autoridades judiciárias, nomeadamente da Procuradoria-Geral da República e do seu Conselho Consultivo, e alertar para “a necessidade de sensibilização dos decisores judiciários e demais autoridades para a procura de caminhos que conduzam à inclusão destas crianças no sistema de ensino.
Criado ao abrigo da Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas, o CONCIG é coordenado pela Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural e conta com representantes de sete ministérios, governos regionais dos Açores e da Madeira, dos municípios, das freguesias, de organizações da sociedade civil, de associações ciganas e de instituições do ensino superior.
Diário Digital/Lusa