21.5.14

Paulo Rangel admite "desilusão dos portugueses" com os políticos

por Marina Pimentel, in RR

Em entrevista à Renascença, o cabeça-de-lista da coligação PSD/CDS não revela se apoia um novo aumento de impostos, admitido pelo primeiro-ministro em caso de chumbo do Tribunal Constitucional.

O cabeça-de-lista da coligação PSD/CDS, Paulo Rangel, considera muito preocupante “uma certa desilusão dos portugueses relação à política e à classe política", que tem constatado ao longo da campanha eleitoral. Essa poderá ser a principal razão para uma abstenção recorde nas eleições europeias do próximo domingo, refere o eurodeputado, em entrevista ao programa Terça à Noite da Renascença.

Paulo Rangel recusa a ideia de que os temas europeus estejam fora da campanha eleitoral e diz que “não é a Aliança Portugal que está a nacionalizar os temas de campanha”. Argumenta que quando fala sobre assuntos de política interna o faz em resposta à oposição e, sobretudo, ao PS.

O eurodeputado admite que o novo presidente da Comissão Europeia “pode não sair do leque dos cinco candidatos” apresentados pelas principais forças políticas. Se não houver uma vitória clara do Partido Popular Europeu (PPE) ou dos Socialistas Europeus, “estas duas famílias políticas podem entender-se com o Conselho Europeu” e apresentarem um candidato alternativo.

O cabeça-de-lista da Aliança Portugal diz que o recado de Bruxelas de que o esforço de ajustamento de Portugal não pode abrandar, terminado o plano de resgate, “é para todos”, ou seja, Partido Socialista e Governo.

Paulo Rangel diz “não ter qualquer problema em fazer a defesa das políticas do Governo” e defende que, apesar “do efeito difícil que tiveram para os portugueses, foram essenciais para Portugal recuperar a credibilidade necessária para o país poder voltar a financiar-se nos mercados”.

O eurodeputado recusa, no entanto, revelar se apoia um novo aumento de impostos, admitido pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, se o Tribunal Constitucional vier a chumbar a principal medida do Orçamento do Estado deste ano: o corte nos salários da Função Pública.

Paulo Rangel diz que no contexto de uma campanha eleitoral “de maneira nenhuma comentará qualquer decisão relacionada com o Tribunal Constitucional ou o Presidente da República”.