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O ex-ministro da Economia sublinhou que o país atravessa "dificuldades" na questão da demografia, defendendo que esse "problema" tem de ser enfrentado
O economista e antigo ministro Augusto Mateus afirmou hoje que um país que se queixa do envelhecimento "é um país sem futuro" e que “não faz sentido” Portugal lamentar-se por a sua população ter “ganho 15 anos de vida”.
O país "não se pode queixar do envelhecimento da população. Um país que se queixa do envelhecimento é um país sem futuro", criticou Augusto Mateus.
O economista falava durante a sua apresentação do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Região de Coimbra 2014-2020, durante a cerimónia de instalação do Conselho Estratégico para o Desenvolvimento Intermunicipal da Região de Coimbra, que decorreu no auditório da Fundação Centro de Estudos e Formação Autárquica.
O ex-ministro da Economia sublinhou que o país atravessa "dificuldades" na questão da demografia, defendendo que esse "problema" tem de ser enfrentado.
Augusto Mateus frisou ainda a "derrota" de Portugal no passado ao utilizar "modelos muito simples de desenvolvimento económico e social" que não acrescentaram valor.
O país "não prestou atenção suficiente à criação de riqueza através da cultura e do conhecimento. Se formos pelos postos de trabalho de salários baixos não temos grandes futuro. É mais atrativa a remuneração dos muitíssimo qualificados do que dos salários baixos", asseverou.
Segundo Augusto Mateus, o plano estratégico hoje apresentado "tem muito de exigência", assim como de "rutura com o passado recente".
Por diversas vezes, o ex-ministro falou da necessidade de territorialização das políticas públicas, apontando a "valorização e gestão dos recursos endógenos", a transformação de Coimbra como "polo de inovação" e o reforço da "coesão e inclusão social" como as áreas de intervenção prioritárias para a região.
O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Manuel Castro de Almeida, também presente na iniciativa, considerou que o próximo programa de fundos europeus, designado "Portugal 2020", será um "passo muito importante para favorecer a cooperação entre municípios".
No próximo programa, haverá uma aposta no "combate pela coesão e pela territorialização das políticas", referiu.
Manuel Castro de Almeida disse ainda esperar que em outubro os programas operacionais estejam finalizados, de forma a poder abrir parte dos concursos aos fundos do Portugal 2020 "em novembro, para haver movimentações financeiras ainda em 2014".
O secretário de Estado apelou a alguma rapidez no encerramento de projetos relativos ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN, anterior programa de fundos comunitários), de forma a se poderem aplicar "as sobras" desse mesmo programa.
A cerimónia contou ainda com as presenças da presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro, Ana Abrunhosa, do presidente da Comunidade Intermunicipal da região de Coimbra, João Ataíde, e do presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado.
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico