por Ricardo Conceição, Fátima Casanova e Ana Carrilho, in RR
Um assunto que preocupa pais e filhos em toda a Europa: o desemprego jovem, que continua acima dos 30% em Portugal. No programa desta quinta-feira, mostramos formas de “dar a volta ao problema”.
Saber línguas, ter conhecimentos de informática ou ter viajado. Tudo isto e muito mais é pedido ao recém-licenciado que procura um emprego, quer cá dentro, quer no estrangeiro.
As empresas de recrutamento valorizam a formação académica, mas são os aspectos comportamentais, que acabam por fazer a diferença. E, numa altura em que o mercado interno está muito limitado, os jovens portugueses percebem que, no resto da União Europeia, há um mundo de oportunidades que vão desde as áreas das engenharias, à arquitectura ou saúde.
Pedidos chegam diariamente às empresas de recrutamento
Os portugueses estão bem vistos lá fora e as oportunidades são muitas em diversas áreas um pouco por todo o mundo. Desde as engenharias (no Oriente) às informáticas e saúde (na Europa).
Amândio Fonseca, administrador executivo do grupo EGOR, empresa ligada aos recursos humanos, lembra que, para conseguir um destes lugares numa empresa, “não basta apresentar um diploma. Os candidatos precisam de indicar também características que os diferenciem”.
Defende ainda que, a par de conhecimentos de Informática e de Inglês, o candidato tem de ter competências de carácter social. E há aspectos que são valorizados, como o facto de praticarem (ou terem praticado) um desporto colectivo, de terem trabalhado nas férias, de terem feito algum tipo de trabalho comunitário ou voluntário.
Ter viajado também é uma mais-valia. Tiago Costa, responsável pelo recrutamento especializado da ADECCO, aponta, por isso, o programa Erasmus como uma vantagem. Para além do Erasmus, há muitos outros ao nível da União Europeia.
Para quem procura um emprego, este responsável pelo recrutamento especializado da ADECCO aconselha os recém-licenciados a valorizarem “a última página do currículo, onde devem escrever aquilo que os define”.
“Faz-te ao mercado”
Em estúdio tivemos Helena Gata, presidente da Associação TESE, uma organização não-governamental que aposta na chamada "inovação social". A TESE promove na próxima semana o “Faz-te ao Mercado”.
Helena Gata explica que o “Faz-te ao Mercado” é um evento que chama "jovens, mas também profissionais mais velhos que não têm trabalho”.
Quanto ao estudo que vai ser avançado na próxima semana, ele vem provar que características como o trabalho em equipa, saber dominar línguas ou a versatilidade, são importantes para os jovens conseguirem ser mais valorizados pelas entidades empregadoras.
De manhã haverá “workshops” sobre as cinco competências mais procuradas pelo mercado de trabalho e uma sessão de esclarecimento junto das empresas para lhes demonstrar que há incentivos para a contratação de jovens.
“Há um desencontro entre aquilo que as empresas e os jovens procuram. Não só ao nível das competências, mas também das qualificações. E Isso é algo que devia ser feito ao nível das escolas. Há também um desencontro regional. Muitas vezes há emprego onde há falta de pessoas. E vice-versa”, afirma.