1.10.20

Genebra terá salário mínimo de 3.854 euros

 in RR

Este é o valor é o mais alto do mundo para o salário mínimo, mas a cidade suíça é também uma das mais caras do mundo em que para estar acima da linha da pobreza é preciso ter um rendimento superior a 3.710 euros. A Covid-19 impulsionou a aprovação da medida.

Genebra deve introduzir um salário mínimo de quase 3.854 euros por mês, o que a concretizar-se será o o mais alto do mundo. A medida foi aprovada pelos eleitores locais numa votação surpresa provocada pelos recentes relatórios de aumento da pobreza ligada ao coronavírus naquela cidade suíça.
Os 500 mil eleitores do cantão aprovaram o salário mínimo proposto pelos sindicatos locais e partidos de esquerda, depois de o terem rejeitado por duas vezes em 2011 e 2014.
O salário mínimo por hora será de 21,5 euros, mais do que o dobro da na vizinha França. Mas ressalve-se que esta cidade é uma das mais caras do mundo para se viver.

A televisão France 3 noticiou que a medida surgiu depois de a cidade suíça, cuja economia depende de turistas e visitantes de negócios, ser atingida de forma particularmente dura pela epidemia de Covid-19. Há uma crescente preocupação com o aumento das filas de pessoas nos bancos de alimentos.
Michel Charrat, presidente do Groupement transfrontalier européen, uma organização independente que apoia aqueles que vivem e trabalham na fronteira franco-suíça, descreveu o resultado da votação como uma “marca de solidariedade” com os pobres da cidade.

“A Covid mostrou que uma certa parte da população suíça não pode viver em Genebra ... 3.710 euros é o mínimo para não cair abaixo da linha de pobreza e se encontrar em uma situação muito difícil”, disse Charrat. O mesmo responsável acrescentou que a medida beneficiará 30.000 trabalhadores mal pagos, dois terços deles mulheres.

Antes da votação de domingo, Alexander Eniline do Partido Trabalhista Suíço (PST-POP) disse: “A introdução de um salário mínimo é um requisito fundamental de justiça e uma medida essencial contra a precariedade.”

O mesmo sublinhou que os que defendem que a medida vai destruir emprego e criar desemprego não têm nenhuma base científica para o afirmar.