Tomás Guerreiro, in JN
Rui era funcionário dos bombeiros de Setúbal. Em pânico com a covid-19, diz que decidiu demitir-se, ficando sem direito a subsídio de desemprego. Ficou na rua e, após meio ano, está num centro de acolhimento de emergência social.Nasceu em Lisboa, viveu no Funchal, mas foi em Braga que tentou recomeçar a vida, depois de se demitir. Divorciado, é pai de três filhos e avô de duas netas. Escreve um livro há 11 anos, "Amar-te-ei depois de amanhã", que está agora para revisão na editora.
Foi em Braga, após demitir-se, que alugou um quarto num alojamento local, até ficar sem dinheiro. Várias tentativas frustradas de encontrar emprego, sem subsídio de desemprego e um rendimento social de inserção de 189.66 euros, Rui rapidamente ficou sem dinheiro para sobreviver. "A Segurança Social disse que ia arranjar solução", conta o homem com 50 anos. A solução demorou e a Segurança Social, sem vagas nos centros de acolhimento de emergência social, suportou-lhe a renda do alojamento local durante dois meses.
Estava num quarto privado, passou para um dormitório com nove camas e seis pessoas. A Segurança Social conseguiu, finalmente, transferi-lo para um centro de acolhimento, sobre o qual Rui comenta: "As condições são boas, mas há muita gente problemática". O Rendimento Social de Inserção foi cancelado após a entrada no Centro de Acolhimento, pelo que não tem dinheiro.