Fidalgo Freitas, opinião, in Jornal do Centro
É sabido que sofrer de qualquer doença é mau, mas, se associada á pobreza é ainda pior. Por tal a Pandemia Covid não é exceção. A ser verdade, o que tenho lido e ouvido, agora que temos a Vacina, foram criados e bem, critérios na prioridade na administração, começando pelos profissionais e saúde, passando em breve para os mais idosos, de reconhecido e elevado risco, nomeadamente os utentes dos Lares.
Contudo, e ao que ouvi nas notícias diárias, não serão incluídos nesta primeira fase os utentes dos ditos “Lares Ilegais”. A ser verdade não posso deixar de manifestar o meu total desacordo, pois que, a existências destas estruturas ditas “ilegais”, tem a ver com as carências económicas das famílias e utentes. As exigências legais para ter em funcionamento um lar Legal são múltiplas e encarecem os preços das estadias (que o digam os responsáveis dos Lares legais, as dificuldades porque passam sob o ponto de vista financeiro), não suportáveis por uma grande maioria das famílias. Assim o recurso aos Lares Ilegais é na maior parte das vezes o recurso dos mais carenciados, e como tal não os incluir nesta fase da vacinação, e mais uma inadmissível discriminação entre utentes, com os mesmos direitos.
Aliás, e, se pensarmos nos outros idosos com mais de 75 anos, e, como tal de alto risco e não vivem em Lares felizmente, permanecendo em casa com apoio familiar ou outro e serão mais de 75% do total, quando irão ser vacinados? Pelos visto depois de passada a fase critica. Há dias um bom amigo, que tem os pais em casa com mais de 80 anos referia-me que embora não necessário iria tentar colocar os seus pais num Lar, para ver se eram vacinados em tempo útil. Há sempre tempo para corrigir os critérios.