Por Luís Miguel Ribeiro, in Dinheiro Vivo
Começamos a ter boas notícias para a recuperação económica e social do País. Assistimos ao avanço, a bom ritmo, do plano de vacinação contra a covid-19, que é fundamental no combate à pandemia. Na vertente económica, os resultados do comércio internacional de bens, relativos ao mês de março, anunciam um excelente desempenho das exportações portuguesas. O valor mensal exportado por Portugal no passado mês de março (5806 milhões de euros) foi o mais elevado de sempre, considerando a série de dados que se inicia em janeiro de 2011.
Considerando o primeiro trimestre de 2021, as exportações aumentaram 6,2% face ao período homólogo de 2020 e 3% face ao mesmo período de 2019, isto é, já comparando com um trimestre sem o efeito da pandemia. Este excelente desempenho das vendas ao exterior fez-se sentir em diversos produtos e mercados (em vários casos com taxas de crescimento ao nível dos dois dígitos), refletindo o papel crucial das empresas, a sua excelente capacidade de resposta à dinâmica dos mercados e o reconhecimento da qualidade da oferta nacional.
Por isso, num mercado globalizado e fortemente concorrencial, a promoção da "Marca Portugal" é um fator importante para estimular, ainda mais, o bom desempenho das exportações, que estamos novamente a assistir. A "Marca Portugal" contribui para reforçar o reconhecimento da qualidade e notoriedade da oferta portuguesa, para aumentar a procura e a sua fidelização e, com isso, gerar maior valor acrescentado na comercialização dos produtos e serviços portugueses.
A imagem distintiva de um país, dos seus produtos e dos seus serviços é fundamental para o incremento do processo de internacionalização e para atingir as metas da intensidade exportadora.
Regressamos ao bom caminho! Contudo, não é suficiente. Ao estímulo da dinâmica exportadora temos de aliar a do investimento empresarial privado, repondo (desejavelmente ultrapassando) o seu peso no PIB.
Estimular e apoiar o investimento privado e as exportações devem ser as prioridades. São estas, e não outras, que permitirão alcançar os grandes objetivos e metas do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, subscritos na semana passada na Cimeira Social do Porto. Nesta sequência, colocar o tecido empresarial no centro de atuação da agenda europeia é o compromisso certo para se atingir as três principais metas até 2030. Este, deve ser o rumo das políticas europeias e nacionais.
Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal