4.5.21

Covid-19: maioria das empresas contra teletrabalho obrigatório

in Público on-line

Dos inquiridos pela Associação Industrial Portuguesa, 15% das empresas rejeitam totalmente o trabalho remoto e 80% só aceitam o regime se for acordado entre ambas as partes.

A maioria das empresas não concorda com o teletrabalho obrigatório, com 80% das inquiridas pela Associação Industrial Portuguesa (AIP) e afirmarem que só aceitam este regime se for “negociado e acordado entre empresas e trabalhadores”, indicou a entidade.

A AIP aponta ainda que 15% dos inquiridos rejeita "totalmente o trabalho remoto”, depois de um inquérito que teve lugar na última semana de Abril e que contou com 1632 respostas, lê-se num comunicado divulgado esta segunda-feira.

De acordo com a associação, outra das conclusões é que “87% das empresas recusam qualquer aumento de impostos para financiar o impacto que a pandemia está a provocar nas contas públicas” e 13% acreditam “que, a existir esse esforço fiscal, deveria recair nas grandes empresas digitais”.

Por outro lado, 77% das empresas concordam com a continuidade dos diferimentos de quotizações e contribuições em termos fiscais.

As respostas das empresas à AIP apontam também a “manutenção das moratórias, apoio à retoma progressiva e prorrogação do pagamento de impostos” como merecendo “a exigência de 78%, 97% e 77% das empresas nacionais”, respectivamente, o que, de acordo com a associação, “demonstra que o tecido empresarial ainda não saiu da fase de resiliência”.

Paralelamente, 95% concordam com a continuidade do lay off simplificado para as empresas sujeitas ao dever de encerramento por decisão do Governo, enquanto 97% estão de acordo com a continuação do apoio extraordinário à retoma progressiva da actividade em sociedades em situação de crise.

De entre as empresas inquiridas, 87% não despediu e 90% não prevê despedir no curto prazo, adiantou a AIP.

Com os resultados do inquérito, a AIP concluiu ainda que “neste momento é escasso o apoio financeiro às empresas”, garantindo que “as poucas linhas existentes têm taxas de reprovação e/ou não decisão muito elevadas”.

“As linhas de apoio ao investimento que, entretanto, foram tomadas continuam com reduzidas taxas de aprovação” ou ainda “não têm qualquer despacho ou decisão”, lamentou a AIP.

Ainda assim, 86% das empresas “quer manter o funcionamento normal” após o final “das moratórias, lay-off e derrogações fiscais”, sendo que "apenas 5,7% prevê alterar o modelo de negócios ou mudar de actividade. 96% das empresas não prevê efectuar operações de fusão ou reestruturação”, indicou a AIP.