in o Observador
O montante angariado destina-se a financiar o reforço dos projetos da AMI de luta contra a pobreza e exclusão social em Portugal, para dar resposta aos efeitos da pandemia e ao agravamento da pressão.
Desde a declaração do primeiro período de estado de emergência, a AMI teve a necessidade de iniciar projetos de primeira linha, como o apoio na distribuição alimentar de urgência
A AMI — Assistência Médica Internacional — vai realizar um novo peditório nacional para fazer face ao aumento de pedidos de ajuda, tendo apoiado, em média, mais de 3.500 pessoas por mês entre janeiro e março de 2021.
Em comunicado, a organização não governamental (ONG) portuguesa anuncia que entre 3 e 9 de maio voltará a fazer um peditório nacional, novamente em formato exclusivamente online, para “fazer face às exigências da conjuntura atual”. “O montante angariado destina-se a financiar o necessário reforço dos projetos da AMI de luta contra a pobreza e exclusão social em Portugal, para dar resposta aos efeitos colaterais da pandemia e ao consequente agravamento da pressão social que se faz sentir no aumento de pedidos de ajuda”, justifica a ONG.
A organização adianta que, através dos vários equipamentos sociais espalhados pelo país, apoiou nos primeiros três meses deste ano, em média, 3.554 pessoas por mês, das quais 130 eram novos casos de pobreza, o que representa “um aumento de 12% e 10%, respetivamente, em relação ao período homologo do ano anterior”. Entre janeiro e março, houve 389 pessoas que precisaram da ajuda da AMI pela primeira vez, um “acréscimo de 11% em relação ao mesmo período de 2020”.
“O aumento do número de pessoas que recorreram à AMI pela primeira vez verificou-se sobretudo nos Centros Porta Amiga do Porto (53%) e Vila Nova de Gaia (21%), devido ao aumento da procura de apoio alimentar“, lê-se no comunicado. Segundo a AMI, houve mais 641 pessoas (65%) a procurarem essa ajuda do que entre janeiro e março de 2020.
Desde a declaração do primeiro período de estado de emergência, a ONG viu-se obrigada a ter os seus abrigos noturnos, em Lisboa e no Porto, abertos 24 horas, tendo também passado a gerir um Centro de Alojamento de Emergência Municipal para mulheres em situação de sem-abrigo, criado pela autarquia de Lisboa, no âmbito do combate à Covid-19.
Além disso, a AMI teve “necessidade de iniciar projetos de primeira linha”, como a gestão de novos abrigos de emergência ou o apoio na distribuição alimentar de urgência, “contrariando o principal objetivo da AMI de promover e facilitar a inclusão e integração social de grupos com dificuldades de inserção”.
A ONG explica ainda que estes peditórios são uma das muitas formas de angariação de fundos para ajudar a financiar os projetos da organização e que, pelo segundo ano consecutivo o peditório realiza-se através das redes sociais, “pelo que o apoio de todos para partilhar, doar e incentivar a participação na iniciativa, é fundamental”. A doação poderá ser feita através da aplicação MB Way, da rede de Multibanco, por transferência bancária ou através de donativo online, através da página da AMI.