in Mais Beiras
O município de Vila Nova de Paiva terá, em dois anos, um centro de atividades ocupacionais para cidadãos portadores de deficiência, num investimento superior a 750 mil euros, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara.
“Vai ser construído um edifício de raiz para ser um centro de atividades ocupacionais para cidadãos portadores de deficiência. O investimento de 750 mil euros foi agora aprovado no PRR [Programa de Recuperação e Resiliência], adiantou Paulo Marques.
O autarca socialista, que assumiu a liderança da Câmara em setembro, realçou que o projeto foi realizado “num tempo recorde”, para o candidatar ao PRR e, “felizmente, foi aprovada esta obra, que é como se fosse um centro de dia, mas para portadores de deficiência”.
Isto, porque, salientou à agência Lusa, “até aos 18 anos os jovens portadores de deficiência têm várias respostas sociais, muitas delas através da escola, e a partir dos 18 anos deixam de as ter” e, em Vila Nova de Paiva (distrito de Viseu), “não há essas respostas” para estes cidadãos.
“É um sonho meu, não dou créditos a mais ninguém. A ‘Fábrica de Sonhos’, como se irá chamar, foi projetada e idealizada para ser feita de raiz e, para isso, desafiámos parceiros sociais para avançar com o projeto”, contou.
Paulo Marques admitiu que, “se ninguém quisesse, a Câmara avançaria na mesma, porque o projeto é muito importante, mas com um parceiro social é muito mais fácil até para, no futuro, se poderem candidatar a outros fundos europeus para a operacionalização” do centro.
Assim, o parceiro deste centro de atividades e capacitação para a inclusão (CACI) será a Associação de Solidariedade Social do Alto Paiva (ASSAP), uma instituição particular de solidariedade social (IPSS).
Esta IPSS tem lar, centro de dia, e uma unidade de cuidados continuados e, “ao lado, num terreno deles, vai agora nascer este CACI, com capacidade para 30 utentes, onde a prioridade são os residentes” no município.
Segundo o autarca, existem no concelho cerca de 30 pessoas que reúnem as condições para serem futuros utentes da Fábrica de Sonhos, mas “é possível acolher cidadãos de outros concelhos, nomeadamente vizinhos” a Vila Nova de Paiva.
“Vamos ter assim oportunidade de dar resposta aos nossos jovens, enriquecê-los, porque vamos dar-lhes outras valências e permitir que façam outras coisas enquanto, com tudo isso, damos descanso aos seus cuidadores e permitimos que tenham outra vida”, defendeu.
Paulo Marques esclareceu que o investimento é superior a 750 mil euros “uma vez que 750 mil euros é o valor aprovado pelo PRR como financiamento”, porque, depois, “a instituição tem de colocar 14 mil euros, o que não é nada para o que vai ser construído”.
O município, esclareceu, “pagou o projeto, escolheu os arquitetos e o projeto, decidiu como é que havia de ser ou não, porque todo ele foi idealizado pelo executivo e, claro, pelo presidente” da Câmara.
O edil afirmou ainda que “o financiamento está destinado até ao fim de 2024” e, por isso, “até ao fim deste ano, devem fazer-se os procedimentos todos da contratação, para depois arrancar em 2023 e, se tudo correr bem, estará pronto em 2024”.