Leonardo Pereira, in JN
A Universidade de Coimbra vai coordenar um projeto inovador que visa promover estilos de vida saudáveis e o envelhecimento ativo, de forma a prevenir doenças cerebrovasculares e reabilitar os doentes. A instituição conquistou cerca de cinco milhões de euros para implementar e desenvolver o projeto. A investigação será realizada em Portugal e na Grécia.
O consórcio CHAngeing - Connected Hubs in Ageing: Healthy Living to Protect Cerebrovascular Function, coordenado pela Universidade de Coimbra, recebeu um financiamento de 4,9 milhões de euros do programa Horizonte Europa para desenvolver o projeto que vai promover estilos de vida saudáveis e um envelhecimento ativo. O projeto vai ser implementado no início de 2023, irá durar quatro anos e incluir cientistas, autoridades regionais e de saúde e a sociedade civil.
O projeto visa prevenir doenças cerebrovasculares e reabilitar os seus doentes, nomeadamente as vítimas de acidentes vasculares cerebrais. O coordenador do consórcio, João Malva, avança que o projeto "vai contribuir para criar evidência científica para os benefícios de estilos de vida saudável associados à dieta mediterrânica para promover a saúde e prevenir doenças cerebrovasculares". O plano assenta na dieta mediterrânica, que não se limita à alimentação, mas inclui também o estilo de vida do mediterrâneo.
João Malva diz que este valor do financiamento vai permitir um "forte investimento na investigação científica de qualidade, na formação de recursos humanos muito qualificados, na transformação do conhecimento em inovação, bem como na capacitação dos cidadãos para ajustar os seus estilos de vida, de modo a promover a saúde e evitar a doença, contribuindo para um envelhecimento ativo e saudável".
O financiamento resulta da candidatura a um concurso do programa Horizonte Europa, que visa apoiar projetos inovadores, coordenados por universidades, empresas, entidades governamentais, ou pela sociedade. O projeto vai ser desenvolvido em Portugal e na Grécia.
Em Portugal, sob a orientação da Universidade de Coimbra, vão cooperar o Instituto Pedro Nunes, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Laboratório Colaborativo Colab4Ageing e a Glintt. Na Grécia, a Universidade de Creta e o Hospital Universitário de Heraklion, em Creta, irão também trabalhar no projeto.
A investigação irá centrar-se em sete áreas de atuação: a criação de um esforço conjunto entre o polo português e o grego; a promoção de um projeto de identificação de células e de alvos terapêuticos para prevenir e tratar as doenças; na formação de uma nova geração de cientistas; no desenvolvimento de produtos e serviços para estilos de vida saudáveis; na implementação de um projeto de literacia em saúde; na comunicação sobre o projeto para promover a saúde; e a aplicação de tecnologias para melhorar o tratamento de doenças cerebrovasculares.
O reitor da Universidade de Coimbra destaca que a coordenação da instituição neste projeto é um marco, tendo em conta a importância da saúde. "A coordenação deste consórcio é mais um marco da importância que o tema do envelhecimento ativo e saudável tem tido, nos últimos anos, na estratégia para a investigação da Universidade de Coimbra", avança Amílcar Falcão.
A Universidade de Coimbra está ainda ligada a outros projetos relacionados com o envelhecimento, como o Centro Europeu de Referência para o Envelhecimento Ativo e Saudável Ageing@Coimbra, o laboratório colaborativo CoLab4Ageing ou o Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento (MIA-Portugal).