Luís Villalobos, in Público on-line
Comportamento da economia portuguesa foi melhor do que o avançado pelo INE na estimativa rápida divulgada no final de Julho.
A economia portuguesa registou uma taxa de crescimento nula no segundo trimestre deste ano, quando comparado com o trimestre anterior, numa revisão em alta face aos -0,2% adiantados pelo INE na sua estimativa rápida das contas nacionais divulgada no final de Julho. Já o crescimento do PIB em termos homólogos, de acordo com os dados do INE divulgados esta quarta-feira, foi de 7,1%, mais 0,2 pontos percentuais (p.p.) face à estimativa rápida.
Estes dados seguem-se a um crescimento em cadeia no primeiro trimestre de 2,5%, com a variação homóloga a chegar aos 11,8%. Os meses de Abril a Junho deste ano sofreram com as consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia, com impactos, entre outros aspectos, no custo das matérias-primas, mas a economia portuguesa acabou por não assistir a uma contracção.
Com os dados agora conhecidos, fica mais perto a hipótese de a economia portuguesa registar, na totalidade do ano, uma taxa de crescimento superior a 6%, como foi projectado tanto pelo Banco de Portugal como pela Comissão Europeia.
Apesar do abrandamento, o impulso da procura interna para a variação do PIB foi de 3,7 pontos percentuais. (10 p.p. no trimestre anterior), tendo a procura externa líquida subido para 3,5 pontos percentuais (contra os 1,7 p.p. do período anterior), com as exportações de bens e serviços a crescerem mais do que as importações, com a ajuda da recuperação do turismo.
“No segundo trimestre, os preços implícitos nos fluxos de comércio internacional aumentaram significativamente, tendo-se registado uma maior aceleração nas exportações devido às componentes de serviços, determinando uma perda menos intensa dos termos de troca que no trimestre anterior”, refere o INE. “O efeito da evolução dos termos de troca conjugado com o comportamento positivo em volume”, refere-se, “resultaram numa melhoria do Saldo Externo de Bens e Serviços em termos nominais, situando-se em -2,2% do PIB (-3,6% do PIB no 1º trimestre)”.