20.3.09

Plano de estímulo económico é para continuar

Célia Marques Azevedo, in Jornal de Notícias

Já antes tinha sido dito, mas para que não restem dúvidas, não haverá um segundo plano de estímulo da economia. É necessário pôr em prática o já existente e apostar na regulação do sistema financeiro. Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia reiteraram esta quinta-feira, em Bruxelas, no primeiro dia da Cimeira Europeia da Primavera, que não vão seguir os pedidos dos EUA, que injectaram mais liquidez na economia e pretendiam que a UE lhes seguisse o exemplo.

Depois do encontro com os parceiros sociais que antecede o Conselho Europeu, o presidente da Comissão Europeia dizia que "só se pode comparar o comparável", referindo-se à diferença que existe entre os sistemas económicos e sociais europeu e norte-americano. Durão Barroso explicou que, na Europa, os estabilizadores automáticos, como o subsídio de desemprego, têm um "peso muito maior" do que nos EUA.

Os governantes têm ainda que chegar a um acordo, até hoje, sobre a posição que vão defender na reunião do G20 em Londres, daqui a duas semanas.

França e Alemanha dizem que se deve aproveitar a "oportunidade histórica" para refundar a arquitectura financeira global, apostando na "supervisão apropriada" de "todos os fundos susceptíveis de criar risco sistémico". Já o Reino Unido é pouco favorável a medidas de regulação apertadas. Em uníssono, os 27 concordam apenas em que a UE tem de tomar a dianteira na reunião do G20, para enfrentar a recessão económica.

À chegada à cimeira, o primeiro-ministro português defendeu que da reunião de Londres saísse "mais transparência e mais regulação" para intervir, entre outros, sobre os paraísos fiscais, e garantir que outra crise como a actual não se repita "pelas mesmas razões".