25.6.10

Delegações de vários países discutem exclusão social em Bruxelas

in RR

“Os decisores, os nossos políticos e os políticos europeus não têm conhecimento dos problemas das pessoas se elas não os apresentarem”, frisa Adélia Fernandes, uma das quatro representantes de Portugal.

“Ponto de partida para uma nova ordem “ é o desafio lançado pela conferência que vai juntar, hoje e amanhã, em Bruxelas, delegações de vários países europeus. Portugal também está representado: são quatro testemunhos de quem vive ou viveu na pobreza.

O objectivo do encontro promovido pela Rede Europeia anti-Pobreza passa, precisamente, por fazer ouvir estas histórias de vida. “Os decisores, os nossos políticos e os políticos europeus não têm conhecimento dos problemas das pessoas se elas não os apresentarem”, frisa Adélia Fernandes, uma das quatro representantes de Portugal e que se confrontou com a pobreza para acabar com uma situação de violência doméstica. Vai falar na sessão de abertura deste 9º Encontro Europeu de Pessoas em Situação de Pobreza, com um texto que resulta de vários contributos e que pretende ser um alerta.

“'Ter uma vida digna não é sobreviver' é uma das frases que temos no texto”, diz Adélia Fernandes.

Na Europa existem actualmente 80 milhões de pobres. Em Portugal, as estatísticas indicam dois milhões de pessoas em risco ou em pobreza.
Quanto aos outros elementos da delegação portuguesa convidados a falar dos seu problemas, dois estão desempregados e há ainda um caso de uma mãe jovem com dois filhos.

Adélia Fernandes, que já esteve no encontro do ano passado, diz que, neste espaço, sentem-se diferentes: “É o único sítio que nos trata com dignidade. Porque, a sociedade tem muita tendência para rejeitar o que não aceita e não compreende”.

Os objectivos do combate à pobreza, traçados na última década, falharam. Por isso, a Comissão Europeia aposta agora em retirar 20 milhões de pessoas da pobreza até 2020. Deste encontro vai sair um plano de acção para os próximos dez anos, que se espera seja incluído na declaração final do ano europeu de combate à pobreza e exclusão social, que se assinala em 2010.