23.6.10

Pobreza: 3500 mãos querem bater o recorde do Guiness

in Diário Digital

Uma faixa com a inscrição de 3500 mãos de participantes na estafeta contra a pobreza e exclusão social, que decorreu entre abril e maio em Portugal, será enviada para o Guiness, na tentativa de obter um recorde.

A coordenadora nacional do Programa para a Inclusão e Cidadania, Fátima Matos, explicou à agência Lusa que a intenção de enviar a faixa para o Guiness é simbólica e representa “3500 mãos contra a exclusão de crianças e jovens”.

No final de cada percurso de estafeta, alguns dos participantes eram convidados a desenhar a sua mão e a escrever o nome numa faixa com seis metros de largura e "muitíssimos de comprimento".

Hoje, algumas das crianças e jovens envolvidos na “Estafeta Pobreza e Exclusão: Eu Passo!” entregaram ao presidente da Comissão Parlamentar de Educação uma declaração sobre estes problemas sociais.

“O ser humano pode até ter comida, roupa lavada e um sítio onde se lavar e dormir, mas continua a ser pobre se não tiver carinho e amor. Ser pobre é solidão social”, escreveram na declaração entregue ao Parlamento os alunos do Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF).

O presidente da Comissão de Educação, o socialista Luiz Fagundes Duarte, afirmou estar “comovido” com a declaração escrita pelos alunos e “impressionado” com o trabalho desenvolvido pelos centros educativos do PIEF.

Este Programa tem como objetivo principal promover o cumprimento da escolaridade obrigatória a menores e a certificação escolar e profissional de menores a partir dos 15 anos, em situação de exploração de trabalho infantil. Para cada menor é criado um plano de educação e formação.

O deputado do CDS José Manuel Rodrigues, também presente na cerimónia de entrega da declaração ao Parlamento, apontou aos jovens o exemplo do seu conterrâneo Cristiano Ronaldo como alguém que “cresceu em condições difíceis e atingiu patamares elevados a nível nacional e internacional”.

Na mesma linha futebolística, o deputado Fagundes Duarte lembrou que também o jogador Fábio Coentrão foi aluno do PIEF.

A estafeta em que participaram 2100 estudantes dos 142 grupos PIEF percorreu 1800 quilómetros em 37 dias – entre 13 de abril e 21 de maio, tendo arrancado de Lisboa e terminado no bairro da Bela Vista, um “território de exclusão”, como definiu a coordenadora Fátima Matos.

Além dos alunos, participaram na estafeta que percorreu o país várias entidades e autarquias, num total de “dezenas de milhares de pessoas”.

Esta iniciativa inseriu-se no Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social.

Diário Digital / Lusa