28.6.10

Sindicato dos guardas diz que número de presos está a aumentar e reclama mais recursos humanos

in Jornal de Notícias

O presidente do Sindicato dos Guardas Prisionais reclama do governo mais recursos humanos para responder “ao aumento do número de reclusos nos estabelecimentos prisionais portugueses”, que garante estar a ocorrer nos últimos meses.

Este é um dos assuntos que o presidente do Sindicato dos Guardas Prisionais, Jorge Alves, tenciona abordar nas comemorações do Dia dos Serviços Prisionais que decorrerão no domingo no Porto com a presença do ministro da Justiça e do director-geral dos Serviços Prisionais.

“Há muitos problemas e vou focar isso mesmo ao ministro. Se, de facto, estão a ter atenção que deram entrada mais de 600 pessoas nos estabelecimentos prisionais nos últimos meses”, disse, defendendo a contratação de mais guardas prisionais.

Em 2007, adiantou, quando foram feitas alterações ao Código de Processo Penal, o número de reclusos situava-se nos 11.587, tendo havido uma redução que já não se verifica tendo em conta que a 1 de Junho de 2010 as prisões portuguesas tinham 11.583 presos.

Por outro lado, adiantou, o quadro de guardas prisionais não tem sido reforçado.

“Abriu concurso, estão 196 guardas formados para entrar no sistema, mas nos últimos sete anos entraram apenas 78", frisou adiantando que esta situação reflecte-se na gestão diária dos recursos com guardas a fazer turnos de 18 horas (das 8 horas às 2 horas).

Na sua intervenção, acrescentou Jorge Alves em declarações à Lusa, tenciona ainda focar o estatuto da carreira tendo em conta que os guardas prisionais “são a única carreira especial sem estatuto definido”.

“Seria importante que os guardas prisionais fossem considerados órgãos de polícia criminal para actuar, por exemplo, na entrada de bens ilícitos, como a droga, nas prisões que tanto queremos combater”, disse.

Jorge Alves explicou que estes profissionais só podem actuar junto dos reclusos e não das pessoas que entram nas prisões com esse bens ilícitos.

A agência Lusa tentou, ao longo do dia, contactar o director geral dos serviços prisionais para o questionar sobre as questões levantadas por Jorge Alves mas não conseguiu falar com aquele responsável.