in Diário de Notícias
Duas regiões da Somália foram declaradas pelas Nações Unidas como zonas de fome, nível mais grave de insegurança alimentar que se poderá estender a outras oito províncias do país devido à seca extrema. A Somália tem os índices de subnutrição mais elevados do mundo, chegando aos 50% em algumas regiões do Sul, e desde 1992 que o Corno de África não se via numa situação tão grave.
De acordo com a ONU, as duas área mais atingidas são Bakool e Baixa Shabelle, que se encontram sob controlo da Al Shabab. Mas, devido à gravidade da situação, a milícia integrista islâmica associada à Al-Qaeda levantou a proibição de as organizações humanitárias operarem nos territórios que controla, escreve o El Mundo.
"Cada dia que nos atrasarmos em prestar assistência é, literalmente, uma questão de vida ou de morte para as crianças e as suas famílias nas áreas atingidas pela fome", afirmou o coordenador de assuntos humanitários da ONU para a Somália, Mark Bowden.
Este responsável diz que, se a comunidade internacional não actuar agora, a fome estender-se-á a mais oito regiões da Somália, devido às más colheitas, e surgirão as doenças infecciosas. Cerca de 3,7 milhões de pessoas naquele país estão em risco de serem afectados pela crise alimentar. A ajuda internacional já disponibilizada apenas cobre 20% das necessidades dos dez milhões de africanos afectados pela seca nos países do Corno de África.