Taxa de pobreza infantil em Portugal ultrapassa há oito anos média europeia

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Quase um terço das crianças gregas, irlandesas, portuguesas, italianas e espanholas foram empurradas para o limiar da pobreza. Relatório europeu da Cáritas culpa as medidas de austeridade adoptadas.

A taxa de pobreza infantil portuguesa ultrapassa, há oito anos, a média europeia, tendo-se fixado nos 22,4%, em 2011, segundo dados divulgados num relatório europeu da Cáritas.

O relatório "O impacto da crise europeia" refere que a taxa de pobreza infantil, em Portugal, tem estado situada acima da taxa média de 27 Estados-membros da União Europeia (UE27), pelo menos desde 2005, data a partir da qual existem dados disponíveis, comparáveis, do Eurostat.

A taxa de pobreza infantil em Portugal caiu entre 2004 e 2007, mas houve um aumento considerável entre 2007 e 2008. Em 2010, a taxa estava acima da média da UE (20,5%), situando-se nos 22,4% em Portugal, segundo os dados mais recentes do Eurostat, citados pela Cáritas.

O relatório analisa o impacto da crise económica e das medidas políticas tomadas para a enfrentar, em particular nos cinco países mais severamente afectados: Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha.

Embora a frase "proteger os mais vulneráveis" continue a fazer parte da terminologia utilizada para as medidas levadas a cabo desde 2008, quer a nível nacional, quer a nível internacional, as Cáritas destes cinco países "confrontam-se diariamente com cada vez mais pedidos de apoio de pessoas que ficaram numa situação de vulnerabilidade, devido ao impacto da crise, das medidas de austeridade e das medidas estruturais" adoptadas.

Quase um terço das crianças gregas, irlandesas, portuguesas, italianas e espanholas foram empurradas para o limiar da pobreza, refere o relatório da Cáritas que culpa as medidas de austeridade adoptadas.

“Esta situação pode ser uma receita para mais que uma geração europeia perdida”, alerta.

A organização atribui o aumento da pobreza aos cortes nas políticas que podiam melhorar o bem-estar das famílias, como o aumento de impostos, os cortes na segurança social e até a subida do preço dos combustíveis.