3.2.14

2013. Mediadoras contornam crise com resultados históricos

Por Solange Sousa Mendes, in iOnline

Os imóveis da banca, pela garantia de financiamento, e o arrendamento dominarão 2014.

O ano passado foi dos mais rentáveis para as mediadoras imobiliárias consultadas pelo i . A performance menos positiva registada em 2012 fez com que estas "arregaçassem mangas" e dessem novo impulso ao seu negócio. A Century 21 registou em 2013 o melhor ano de sempre em Portugal, a Remax e a ERA o segundo e terceiro, respectivamente.

A Century 21 atingiu uma facturação de 11,5 milhões de euros, traduzindo-se numa subida de 14% em comparação com os cerca de 10,1 milhões atingidos em 2012. Já a ERA destaca que alcançou uma quota de 25% do mercado de mediação imobiliária, devido ao crescimento de 21% face a 2012. Valor atingido graças às 10 mil transacções efectuadas em vendas, envolvendo mil milhões de euros. Por sua vez, a Remax fechou 2013 com cerca de 20 mil imóveis transaccionados com vendas a superar os 1100 milhões de euros, registando assim um crescimento de 30% da facturação face ao ano anterior.

A CEO da Remax, Beatriz Rubio, justifica o sucesso alcançado, pela atitude com que a equipa entrou no ano passado. "Se por um lado 2012 foi difícil, foi também um ano que nos preparou para 2013. A Remax entrou o ano com confiança, força e optimismo", diz a gestora, enfatizando que a empresa conseguiu adaptar-se às mudanças que o mercado sofreu e foi capaz de se reinventar. "Segmentos como imóveis da banca, mercado estrangeiro, golden visa e de luxo revelaram-se de grande importância, num cenário onde não podíamos continuar a fazer apenas o que já fazíamos", sublinha.

Este ano, as consultoras desejam continuar no bom caminho. A ERA espera crescer 20% face a 2013, mas está consciente que o mercado imobiliário está em constante mudança. O director-geral desta mediadora, Miguel Poisson, acredita que 2014 será essencialmente marcado pelos imóveis da banca pela possibilidade de financiamento garantido que confere. E pelo arrendamento, devido à escassez de oferta de crédito à habitação. "Os clientes tipo serão os estrangeiros via golden visa e os reformados estrangeiros que têm vantagens fiscais se comprarem casa em Portugal", destaca ainda a mesma fonte.

Também o administrador da Century 21, Ricardo Sousa, chama a atenção para a importância do mercado internacional. "Os segmentos mais activos e com maior potencial para explorar, em termos de mercado internacional, são o alto e o de luxo. É por isso muito importante definir a caracterização da procura para montar uma boa carteira de imóveis, de modo a proporcionar a esses clientes as condições necessárias para as suas decisões de investimento. Além disso, é essencial de-senvolver uma aposta muito forte na promoção do nosso país no estrangeiro".

Contudo, Ricardo Sousa considera que, apesar da expectável estabilização da economia, a efectiva recuperação deve ficar adiada para 2015. No entanto, afirma que as oportunidades de imóveis da banca, as taxas de juros historicamente baixas, os proprietários com urgência em vender as suas casas, uma forte procura de arrendamento e os valores actuais dos imóveis fazem deste um excelente momento para investir na aquisição de um imóvel.