in Rostos on-line
. Com apoio da Pfizer editou «Manual de Apoio às Mulheres com cancro metastático»
. Marcha Solidária é um evento que paga as despesas
. Pandemia causa-nos problemas materiais
A AMPM - Associação de Mulheres com Patologia Mamária é uma associação que com o trabalho voluntário dos seus membros desenvolve uma acção de apoio a mulheres com cancro da mama, e sensibiliza a opinião pública para a prevenção da doença.
Hoje à tarde, na sede da associação, na Avenida Alfredo da Silva, procedemos à entrega do Diploma de «Rosto do Ano 2019», na área da Solidariedade Social».
Fernanda Ventura, presidente da Direcção, Natália Sapage, Vice Presidente da Direcção e Maria Isabel Almeida, da Direcção receberam-nos, neste gesto simbólico de entrega da distinção, dada a impossibilidade de realizarmos a cerimónia pública.
Reconhecimento do trabalho que fazemos pela comunidade
Fernanda Ventura, presidente da Direcção, sublinhou ao jornal «Rostos» que este Diploma significa para a associação um “reconhecimento do trabalho que fazemos pela comunidade e para com as pessoas com o cancro da mama”.
Referiu que a AMPM também ao longo dos anos, com a sua actividade tem dado um contributo na defesa do Serviço Nacional de Saúde e na melhoria dos serviços de saúde, para além de dinamizar diversas acções de sensibilização da opinião pública para a temática do cancro da mama.
Pandemia causa-nos problemas materiais
“O Covid tem afectado a nossa actividade, não temos condições de promover eventos, temos a Loja praticamente fechada, só abre um dia por semana, porque não podemos colocar em causa a saúde dos nossos voluntários. Temos que proteger os nossos voluntários. Era um risco abrir diariamente a Loja.
Esta situação da pandemia causa-nos problemas materiais, estão a faltar as receitas”, sublinha Fernanda Ventura.
Refere as dificuldades de cobrança de quotizações e de angariação de receitas, quer na loja, quer na presença em acções na vida da cidade.
“Vamos mantendo os laços institucionais participandoiem eventos on line, mas isso não é a mesma coisa. Serve para não perdermos a ligação com a comunidade e com as instituições”, salienta.
Deviam existir mais apoios para a nossa associação
Natália Sapage, vice presidente da Direcção, refere – “digo isto sem vaidade, o esforço que nós fazemos é muito grande, nós não temos fundos próprios, temos contado com o apoio dos sócios”.
“Em termos institucionais pouco tem sido o contributo. Nós pensamos que deviam existir mais apoios para a nossa associação, pelo trabalho que realizamos na comunidade”, acrescenta.
Tecido empresarial e institucional reconhece pouco o nosso voluntariado
Na sua opinião, quer ao nível das empresas, quer ao nível institucional, gostávamos que nos dessem mais apoio para podermos desenvolver o nosso trabalho, faltam fundos para aquisição de materiais, para produzirmos o que fazemos com o nosso trabalho voluntário.
“Nós produzimos e oferecemos as ‘almofadas do coração’ e, também, a primeira prótese mamária, quer aos utentes do Hospital do Barreiro, quer do Hospital Garcia Orta. São produzidos pelo trabalho dos nossos voluntários. Mas faltam os materiais para produzirmos, são caros.
É por isso que pensamos que o tecido empresarial e institucional do Barreiro reconhece pouco o nosso voluntariado e acção que fazemos no apoio às mulheres com cancro da mama. Há pouca solidariedade”, afirma Natália Sapage.
Câmara do Barreiro foi zero
Recordou que este ano, com toda as dificuldades resultantes da pandemia contaram apenas com o apoio da Câmara Municipal da Moita e da União de Freguesias do Barreiro e Lavradio – “Câmara do Barreiro foi zero», disse Natália Sapage.
Única excepção foi o Pingo Doce
Ao nível de empresas, são dirigidos apelos – “nem resposta dão” – Fisipe. LIDL. Continente, Baía do Tejo, Sovena – “a todos fizemos pedidos, nada, nem nos responderam, a única excepção foi o Pingo Doce”.
“Nós apoiamos centenas de pessoas, com o apoio solidário, fruto do trabalho dos nossos voluntários. Podiam existir empresas a patrocinar a ‘almofada do coração’, ou a primeira prótese de uma mulher com cancro da mama. O patrocinio nem precisava de ser em verba, podia nos materiais para produzir os que fazemos com o nosso voluntariado”, refere.
Marcha Solidária é um evento que paga as despesas
A Marcha Solidária, é um grande evento anual promovido pela AMPM, diga-se, até, é uma marca na sua actividade, uma iniciativa que enche as ruas da cidade de um colorido, que une as pessoas em torno desta causa solidária de apoio às mulheres com cancro da mama. São mil, mais de mil que aderem percorrendo as ruas do Parque da Cidade até ao Centro.
Os participantes pagam uma inscrição. Mas, hoje, soubemos que afinal este evento sendo de grande impacto social, no final “paga-se a si mesmo, feitas as contas finais, pagando à Policia, pagando a gasolina dos carros da policia, pagando as T-Shirts, pagando os seguros, esta iniciativa que é linda, sai ao preço de custo”, diz Fernanda Ventura.
A marcha é feita pelo amor à camisola
“Não temos patrocinios para a marcha, pedimos mas nunca temos. A Câmara apoia com som e imprime os cartazes, foi sempre isso que fez e continua a ser assim. Este podia ser um evento para recolha de fundos. Não é nada disso, sei, que as pessoas pensam isso, mas não é. A Marcha paga-se a si própria, o que sobra é muito pouco e por vezes nada”, comenta Natália Sapage.
Ficamos admirados. Ao longo de anos pensámos que este evento, dos maiores e de maior dignidade civica no concelho do Barreiro, onde os politicos, sempre se colocaram na faixa da frente - CDU ou PS -, afinal, não tem obtido o apoio que merecia, no minimo, o apoio para os seguros, fornecer gasolina às viaturas e pagamento da policia, e algum contributo para a compra das T-Shirts, ou que estas fossem patrocinadas por uma empresa, assim, a venda dos Kits já seria uma fonte de receita para esta causa de apoio ás mulheres com cancro na mama.
“A marcha é feita pelo amor à camisola. Sabes nós fazemos tanto com tão pouco, que é isso que nos dá vaidade por aquilo que fazemos, este apoio voluntário a centenas de pessoas.”, refere Natália Sapage.
Obras na Loja do Mercado 1º de Maio
Recorda, ainda, que na Loja do Mercado 1º de Maio, cedida por protocolo pela autarquia, foi necessário realizar obras no valore de 3.200 euros.
“Fomos nós que pagamos. Um dia que sairmos as obras ficam lá feitas, e, não tivemos nenhum apoio da autarquia. Pagamos a luz, e só não pagamos a água porque não temos água”, comenta Natália Sapage.
Ginástica adaptada por via on line
E a propósito do trabalho que a associação promove, Fernanda Ventura, recordou que com o apoio do Instituto Politécnico de Setúbal, as aulas de ginástica adaptada, em breve vão continuar, agora, devido à pandemia, serão por via on line – “nós não podemos parar”.
Manual de Apoio às mulheres com cancro metastático
Uma boa noticia a AMPM, com o apoio da PFIZER, editou um «Manual de Apoio às mulheres com cancro metastático».
Um manual que é oferecido. Um livro de apoio, com orientações ao nível das emoções, dos tratamentos, dos relacionamentos, de cuidados de saúde, de diagnóstico.
Um manual de excelência que tem sido distribuido no Hospital do Barreiro e no Hospital Garcia Orta.
“Este projecto devido à COVID não foi suficientemente divulgado. É um grande apoio para as senhoras com cancro metastizado.”, refere Fernanda Ventura.
E, com grande orgulho, sobre este projecto, mostra-nos o oficio recebido do Hospital do Barreiro, agradecendo e reconhecendo a sua importância para o Serviço Nacional de Saúde.
E foi assim, com uma boa noticia, vinda de gente que faz, de gente que ama aquilo que faz, de gente voluntária que, pela acção, dá o seu contributo para fazer um mundo melhor e enriquece a vida da comunidade.
A AMPM - Associação de Mulheres com Patologia Mamária por todo o trabalho realizado, merecidamente recebeu a distinção de Rosto do Ano 2019, na área da Solidariedade Social.