in Agência Ecclesia
Responsáveis católicos dizem que estão no limite da capacidade de resposta aos pedidos de ajuda, após crise provocada pela pandemia
Porto, 20 dez 2020 (Ecclesia) – Os párocos da cidade do Porto denunciaram, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o “crescimento dos pedidos de apoio por parte de gente pobre ou empobrecida”, após a crise provocada pela atual pandemia.
A nota, divulgada este sábado, destaca que as instituições católicas estão no limite da capacidade de resposta, por falta de meios.
“Os párocos da cidade do Porto decidiram dar a conhecer a sua preocupação ao verificarem que este tempo de império Covid levou a fome a muitos lares e se vão a esgotando as capacidades das paróquias acudirem a tantas situações de emergência”, refere o texto, assinado pelos padres Fernando Milheiro e Mário Henrique os, vigários da Vara do Nascente e do Poente – sacerdotes com a responsabilidade coordenar a atividade pastoral que determinado conjunto de paróquias exerce em comum.
Através dos seus serviços e sobretudo da atuação dos vicentinos, de grupos paroquiais da caridade e de outros voluntários, as paróquias vão respondendo a situações de emergência, percebendo que não poderão ir muito mais além, quando o número dos que procuram comida continua a aumentar”.
16 das 26 paróquias do Porto ofereceram, desde março, mais de 664 mil euros para “travar a fome e noutros apoios sociais”; em cabazes e alimentos (respostas sociais não institucionais) os organismos, grupos e movimentos paroquiais gastaram 81 330 euros, tendo beneficiado 942 famílias, num total de 2558 pessoas.
O apoio em medicamentos, farmácia, rendas de casa, faturas de eletricidade e água, alojamento foi de mais de 63 mil euros; as refeições oferecidas nas paróquias ou fora representam 506 543 euros.
“O Estado tem de responder ao problema do muito alto desemprego real quando tantas pequenas empresas fecham por não poderem aguentar mais. É necessário ainda que a sociedade civil colabore no apoio aos que, de repente, se tornaram pobres ou caíram em situação de desespero”, pedem os responsáveis católicos.
Os párocos da cidade do Porto saúdam a ação do Município local e associações voluntárias, na resposta à “maior crise das últimas décadas”.
Os apoios dados pelas paróquias chegam a “crianças, idosos e adultos, pessoas com deficiência, jovens e gente em situação de sem-abrigo”.
O projeto ‘Porta Solidária’, que distribui refeições, prepara o Natal, com presença do bispo na Consoada; já o pároco de Campanhã disse à Agência ECCLESIA que a iniciativa ‘Natal dos Sós’ 2020 vai decorrer de forma diferente, devido à pandemia, chegando à casa dos tradicionais participantes.
Também no Porto, o pároco de São Nicolau e de Nossa Senhora da Vitória está a ajudar pessoas sem-abrigo colocando-as em pensões da cidade, com o apoio de donativos individuais.
OC