Henrique Cunha, in RR
Nova campanha do Banco Alimentar Contra a Fome a 28 e 29 de novembro. Responsável do Porto alerta que “existem cada vez mais pedidos de apoio das pessoas”.
A presidente do Banco Alimentar do Porto (BAP) alerta para a possibilidade de um aumento "exponencial de pedidos de ajuda", prevendo-se mesmo que "os números superem os que existiram na pandemia".
A recém-eleita presidente do BAP, Barbara Barros, diz à Renascença que a inflação está a fazer disparar os pedidos de apoio e revela que, neste momento, tem uma lista de espera de ”120 instituições”.
A responsável afirma que “existem cada vez mais pedidos de apoio das pessoas” e que, por isso, “as instituições começam a ficar com mais necessidade de produtos alimentares”.
“Falamos neste momento de uma lista de 120 instituições com tendência a aumentar. É um aumento exponencial. Calculamos que vá superar os números que existiram na pandemia”, antecipa, a responsável do BAP.
Bárbara Barros lembra ainda que a inflação não se reflete, apenas, nos bens alimentares, mas atinge também “os transportes, os combustíveis e reflete-se nos empréstimos bancários da habitação”, por isso “as famílias estão a atravessar uma dificuldade muito grande”.
“Muitas vezes chegam-nos famílias que não estão habituadas a não pedir este apoio”, acrescenta.
Nesta altura, o Banco Alimentar do Porto “apoia 300 instituições, mais de 58 mil pessoas, num total de 5.595 famílias”.
A uma semana de mais uma campanha de recolha dos Bancos Alimentares, Bárbara Barros apela à solidariedade, porque a fome é uma realidade.
“Neste momento há”, responde à pergunta, sobre se há fome em Portugal. E, insiste “nós continuamos a achar que em Portugal não há fome, mas nós continuamos a dizer que os Bancos Alimentares já apoiam 400 mil famílias; é um número muito grande”.
A responsável sugere que “só não haverá fome se nós continuarmos a dar o apoio, se continuarmos a ser solidários, se olharmos para o lado, e se podermos contribuir de qualquer maneira, seja a nível voluntário, seja a nível de contribuição no supermercado, seja a nível de contribuição de empresas”.
“Caso contrário”, sublinha, Bárbara Barros, “ficamos neste momento numa situação muito delicada, porque a inflação está a aumentar e nos bens alimentares tem sido uma loucura, um aumento permanente”.