19.3.09

Alterações climáticas nos «Dias do Desenvolvimento»

Lígia Silveira, Agência Ecclesia

O ambiente e o desenvolvimento estarão em destaque na segunda edição de «Os Dias do Desenvolvimento», uma iniciativa do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento – IPAD, em conjunto com as Organizações não Governamentais para o Desenvolvimento, agendada para os dias 28 e 29 de Abril, no Centro de Congressos de Lisboa.

A iniciativa compreende uma feira onde as organizações poderão mostrar o seu trabalho no âmbito do desenvolvimento dos povos de acordo com o tema proposto para esta segunda edição «Por um Mundo Sustentável – Desenvolvimento e Recursos».

Ana Patrícia Fonseca, da Fundação Evangelização e Culturas, explica que esta Organização não Governamental para o Desenvolvimento, vai estar representada nesta iniciativa. O objectivo é mostrar aos visitantes e interessados o trabalho que desenvolvem a nível nacional no âmbito do desenvolvimento e da pobreza. Vai ser possível encontrar informação sobre as alterações climáticas e pobreza e também sobre a FEC, enquanto ONGD.

No segundo dia do encontro, a FEC organiza ainda um workshop onde vai ser apresentada a campanha da CIDSE - Cooperação Internacional para o Desenvolvimento e a Solidariedade, com vista ao combate às alterações climáticas. Esta cooperação compreende 16 organizações que trabalham na cooperação e desenvolvimento. Na apresentação vai estar presente Cliona Sharkey, responsável pela política da CIDSE para as alterações climáticas.

A campanha «Alterações climáticas e pobreza» está já a decorrer noutros países. Vai ser apresentada em Portugal nos «Dias do Desenvolvimento» e visa fazer pressão sobre os decisores políticos para saia na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, a decorrer em Copenhaga, na Dinamarca, em Dezembro de 2009, um acordo mundial equitativo e socialmente justo sobre as alterações climáticas. O objectivo é “pressionar para que se formulem políticas mundiais justas”, explica Ana Patrícia Fonseca à Agência ECCLESIA.

“Pretende-se que da conferência de Copenhaga saiam directrizes para impor à comunidade internacional a tarefa de criar um novo acordo sobre as alterações climáticas para o período pós-2012, que substitua os acordos de Quioto”, explica a representante da FEC.

A campanha quer sensibilizar a opinião pública e os decisores políticos para a forma como as alterações climáticas afectam a vida das pessoas dos países em vias de desenvolvimento e despoltar um compromisso efectivo.

“Os países desenvolvidos são os que mais poluem mas os que menos sentem as alterações, ao contrário das populações dos países mais pobres que sentem muito as alterações climáticas mas pouco contribuem para que o ambiente se degrade”.

A FEC funciona como plataforma da Igreja Portuguesa para o relacionamento com as Igrejas Lusófonas e pretende desempenhar um papel importante na dinamização e sensibilização da sociedade portuguesa para o desafio da cooperação e do desenvolvimento dos países lusófonos. Enquanto organização, congrega ainda várias entidades que promovem voluntariado missionário.

Ana Patrícia Fonseca explica que os voluntários que partem são “veículos de educação na área das alterações climáticas nos países de missão, mas também no seu país, pois quando voltam, são testemunhas das dificuldades que as populações enfrentam”. Desastres naturais, cheias e outras calamidades são problemas sentidos por populações que vivem da agricultura e se confrontam com secas extremas e inundações.

Os «Dias do Desenvolvimentos» quer proporcionar encontro, debate, construção de sinergias, apresentação de boas práticas, sensibilização da opinião pública e reforço da visibilidade da cooperação.

A organização dá conta da participação de 80 organizações, com 64 "stands" e conta, até agora com a inscrição de mais de 100 escolas para visitas.