15.6.13

Economia em 2020. Portugal no euro é um caminho sem futuro?

Por António Ribeiro Ferreira, in iOnline

João Ferreira do Amaral, Miguel St Aubyn e Murteira Nabo debatem segunda a situação do país
Segunda-feira, dia 17, João Ferreira do Amaral, Murteira Nabo e Miguel St Aubyn vão discutir no Auditório da Representação da Comissão Europeia, no Largo Jean Monet, em Lisboa, para onde vai a economia portuguesa até 2020. O debate é promovido pela Alumni, Associação dos Antigos Alunos do ISEG, Instituto Superior de Economia e Gestão.

A discussão promete, numa altura em que Portugal atravessa a pior crise económica da democracia e em que as perspectivas para o futuro próximo são bastantes negras. Com o país em recessão, o desemprego a disparar para números históricos, o défice das contas públicas muito acima dos valores máximos do Pacto de Estabilidade e Crescimento e a dívida pública a atingir valores que a tornam quase insustentável, a grande questão neste encontro será a saída ou não de Portugal do euro.

João Ferreira do Amaral foi sempre um crítico da presença de Portugal na zona euro. Foi mesmo um dos poucos que se manifestaram contra o fim do escudo e a adopção da moeda única no início do século xxi. Os resultados dos últimos dez anos e a situação económica actual jogam a seu favor. Para João Ferreira do Amaral, "a alternativa dentro do euro, ou seja, a renegociação da dívida, irá levar quase certamente à exigência de um novo programa de austeridade, provavelmente ainda mais gravoso, e o resultado será, afinal, semelhante ao anterior.

Resta, na opinião de João Ferreira do Amaral, a alternativa da saída do euro, "a única que poderá garantir crescimento económico sem aumento da dívida externa e com redução gradual da dívida".

E se João Ferreira do Amaral não acredita no euro, Murteira Nabo está manifestamente pessimista com o que se passa na Europa e no mundo, não só em matéria económica mas também política. O gestor vai falar dos perigos da balcanização da Europa, do fraco crescimento das economias dos Estados Unidos, da China e, claro, da União Europeia. Mas para além dos factores económicos propriamente ditos, Murteira Nabo chama a atenção para os factores de ordem geopolítica que podem agravar ainda mais as perspectivas económicas para este ano. Em relação ao euro, Murteira Nabo não defende a saída de Portugal do euro. Aposta, sim, numa profunda mudança das políticas europeias e dos programas de ajustamento, com prazos maiores de ajustamento e mesmo a mutualização da dívida.

Já o professor Miguel St Aubyn considera os dez anos de Portugal no euro uma década perdida e vai apresentar o que em sua opinião deve ser feito para que a segunda não seja igual à primeira.