13.5.14

FMI avisa. Sem disciplina, Portugal "voltará ao que era"

in RR

Representante permanente do FMI em Portugal diz que "não é verdade" que "a missão foi cumprida": o país ainda tem um longo caminho pela frente.

O representante permanente do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Portugal, Albert Jaeger, avisa que, sem disciplina orçamental, a situação em Portugal "voltará ao que era".

“Todos sabemos que é preciso crescimento, o que deve acontecer com os salários públicos, o que deve acontecer com as pensões, quanto ao investimento público ou impostos. São todas questões importantes, mas o importante nesta questão é saber se as políticas futuras vão continuar o ajustamento ou se regressamos ao passado”, adverte Albert Jaeger.

Sobre a reforma do Estado, o representante do FMI, que falava esta segunda-feira numa conferência organizada pelo Instituto de Políticas Públicas, no Instituto Superior de Economia e Gestão, em Lisboa, classifica o Documento de Estratégia Orçamental (DEO) como uma boa base para a consolidação orçamental necessária.

Num balanço do programa de ajustamento, que termina no próximo dia 17, Albert Jaeger argumenta que "era impossível resolver em três anos os problemas orçamentais que existem há muito, muito tempo".


Nem cumprida, nem falhada
O representante do FMI considera que as ideias de "missão cumprida" e de "missão falhada" estão "ambas erradas".

“Antes de mais, dizer que a missão foi cumprida, não é verdade. Não é possível corrigir em três anos os problemas orçamentais que já persistiam há muito muito tempo. Ao mesmo tempo, foi feito um grande esforço orçamental, mas ainda muito há a fazer nos próximos anos”, adverte.