2.9.14

Os livros que combatem a pobreza

por Rosário Silva, in RR

Receitas da Feira do Livro Reutilizado vão ajudar a desenvolver o projecto “Flores de Esperança”, de promoção da inclusão social, em curso num bairro carenciado de Beja.

Há livros para todos os gostos e idades a partir de 0,50 cêntimos. Este é o preço mínimo e simbólico de um livro que, embora usado, está em muito bom estado e à espera de ser folheado.

A oportunidade surge na Feira do Livro Reutilizado, a decorrer na delegação regional do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), em Beja, até ao final de Agosto, por iniciativa do núcleo distrital da Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN-European Anti Poverty Network).

“Quem tiver livros em casa, antes de os deitar fora, pense que eles podem ainda apoiar muita gente e muitas causas”, diz à Renascença o coordenador do núcleo, João Martins. “Que cada um seja solidário e estimule, onde quer que esteja, este princípio da responsabilidade social, tão necessário no momento actual”, apela.

A receita apurada com as vendas tem o propósito de ajudar a desenvolver o projecto “Flores de Esperança”, de promoção da inclusão social, em curso num bairro carenciado de Beja, com o mesmo nome.

“O nome deste bairro é 'Esperança'. Por isso, queremos devolver a esperança aos seus habitantes”, explica João Martins, sublinhando que o projecto pretende ser “um pequeno farol para que os restantes habitantes da cidade de Beja passem a encarar o bairro de forma diferente”.

“O nosso trabalho”, esclarece ainda o coordenador do núcleo de Beja da Rede Europeia Anti-Pobreza, visa “encontrar soluções, nomeadamente através do auto-emprego e de iniciativas que desenvolvam um sentimento de auto-estima junto destas pessoas”.

Até final do mês, pode levar um livro, aproveitar para comprar outro ou outros, a preços à medida de todas as bolsas e, assim, ajudar quem mais precisa. Se não tem oportunidade, por estes dias, saiba que, durante todo o ano, é possível entregar os livros que já não usa no banco de livros reutilizados a funcionar no núcleo distrital. O banco abre as portas à permuta e ao empréstimo de livros.

E não se preocupe se os volumes não estiverem em bom estado ou se forem manuais escolares já em desuso. Tudo está pensado pelas diferentes entidades que, na região, trabalham na área social: eles vão fortalecer a campanha “Papel por alimentos” dos Bancos Alimentares Contra a Fome.