in Agência Ecclesia
Organização católica anuncia nova fase de ajuda às famílias afetadas pela crise, após aumento de pedidos de ajuda
Lisboa, 11 jun 2020 (Ecclesia) – A Cáritas Portuguesa lançou hoje a sua estratégia nacional para “inverter a curva da pobreza” no país, afetado pelas consequências sanitárias, sociais e económicas da pandemia de Covid-19.
“Melhorar a vida das pessoas tem de ser o primeiro objetivo de tudo o que fazemos. É urgente corrigir desigualdades e haver um compromisso global para inverter todas as situações de pobreza. A partir do momento que uma pessoa pede ajuda à Cáritas, o nosso empenho é para que ela encontre ferramentas para não voltar a precisar da nossa ajuda”, refere Eugénio Fonseca, presidente do organismo católico, em nota enviada à Agência ECCLESIA.
A rede das 20 Cáritas Diocesanas regista um aumento na procura de ajuda, em particular nos grupos considerados de “apoio prioritário”, identificando como principal necessidade o acesso a bens alimentares: população sénior, famílias e crianças em situação de vulnerabilidade, pessoas em situação de sem-abrigo, migrantes em situação de vulnerabilidade social.
“Pela nossa capacidade de proximidade, estamos junto daqueles que procuram a nossa ajuda nas comunidades um pouco por todo o país. Precisamos de todos, agora, para nos ajudarem neste milagre da multiplicação e garantir que tudo é feito para que as famílias, possam recuperar a sua vida ou redesenhar o seu caminho”, aponta o presidente da Cáritas Portuguesa.
A estratégia, lançada simbolicamente na solenidade do Corpo de Deus, representa uma nova fase de ajuda às famílias.
“Queremos dar um sinal à sociedade portuguesa do nosso compromisso com os mais pobres, à imagem daquilo que nos é exigido pela nossa identidade cristã. Quando os apóstolos disseram a Jesus que as pessoas que o ouviam estavam com fome, eles não estavam a falar apenas de pão e vinho, mas do que é necessário para viver”, explica Eugénio Fonseca.
A organização católica de solidariedade e ação humanitária considera que não pode haver um “novo normal” para a pobreza.
“A missão da Cáritas em Portugal e no mundo é combater todas as formas de pobreza e encontrar para cada pessoa que pede ajuda, caminhos de futuro ou novas oportunidades para recomeçar”, assinala o comunicado oficial da instituição.
Estamos comprometidos em cooperar para a inversão da curva da pobreza em Portugal e a partir de hoje toda a nossa ação se canaliza para dar resposta aos efeitos provocados pela Covid-19 a quatro níveis: apoio de primeira linha; apoio de recuperação socioeconómica inclusiva; apoio à capacitação da estrutura social da rede nacional Cáritas; apoio à rede Cáritas Internacional”.
A Cáritas considera que, através de mais justiça social e solidariedade, é possível “erradicar a pobreza absoluta”.
“Naturalmente que, para além do donativo individual, é necessária a cooperação com as entidades locais e com todas as organizações no terreno que têm o mesmo fim e, naturalmente, precisamos da ajuda de todos os portugueses e empresas para que esta missão seja possível”, indica Eugénio Fonseca.
A crise provocada pela pandemia provocou “muitas novas situações de pedidos de apoio surgiram” à organização católica, presente em todo o território nacional, onde testemunhou as “graves consequências” desta situação.
A Cáritas sustenta que a sociedade portuguesa vive “uma oportunidade para responder ao apelo do Papa Francisco de repor a verdadeira economia”, procurando que “todos os que estão em situação de maior vulnerabilidade tenham condições para uma subsistência com dignidade, para que ninguém fique para trás”.
Os donativos podem ser feitos online, caritas.pt/covid-19-donativo-online/ ou através da Conta Solidária “Inverter a Curva da Pobreza” – PT50 0045 9020 4032 6607 7081 5.
OC