Joana Ascensão, in Expresso
Novo inquérito sobre o impacto da pandemia provocada pelo novo coronavírus nas startups portuguesas sugere que mais de 70% destas empresas sentiram um impacto negativo. Contudo, 7,8% viram o negócio a sair favorecido com a crise sanitária
Novo inquérito junto das startups portuguesas conclui que 70,6% sofreram um impacto negativo com a pandemia. Grande parte (64,7%) por uma redução nas vendas, mas também por atrasos no lançamento de produtos (3,9%) e por atrasos na tomada de decisões (2%).
Quase 90% dos projetos com impacto negativo relatam quedas de mais de 26% no negócio, mas para 57% o negócio caiu mais de 50% e para 34,3% mais de 75%.
As conclusões, agora partilhadas com o Expresso, são de um estudo levado a cabo pela three51, uma venture building - uma espécie de empresa incubadora de startups, mas que participa ativamente no seu desenvolvimento.
Das 51 empresas contactadas, na sua maioria (53,2%) localizadas em Lisboa, mas também do centro e do norte (36,2%), dos Açores e da Madeira (10,6%), apenas 7,8% sentiram que a crise sanitária provocada pelo novo coronavírus lhes favoreceu o negócio.
Apesar do prejuízo, muitas das startups esperam uma recuperação económica a começar dentro do próximo ano
Das startups contactadas, a trabalhar sobretudo nas área da sustentabilidade (17,6%), do turismo e viagens (15,7%) e de alimentação (13,7%), a maioria (56,9%) afirma ter sido o financiamento o ponto principal com alteração no período de pandemia por covid-19. As vendas (62,7%), o marketing (33,3%) e a estratégia (27,5%) surgem também como áreas em que houve mudanças consideráveis.
Apesar do prejuízo sentido, 19,6% das startups não adotaram quaisquer mudanças neste período, mas 54,9% cortaram custos, especialmente com trabalhadores, apoiadas pelo regime de lay-off (15,7%).
Neste inquérito anónimo conduzido de 18 a 31 de maio, nota-se que, após a pandemia, a percentagem de startups com fundos para apenas meio ano aumentou de 33,3% para 45%, ao mesmo tempo que as financiadas por mais de um ano agora caiu de 27,4% para 19,7%.
Muitas destas empresas esperam uma recuperação económica a começar no próximo ano, mas consideram as medidas governamentais de apoio pouco relevantes.