Rita Neto, in EcoOnline
O Presidente da República afirmou que os portugueses não podem fechar os olhos a esta pandemia e fingir que não existe uma "brutal crise económica e financeira".
No Dia de Camões, o Presidente da República falou na importância de os portugueses perceberem e terem noção do momento que o país atravessa devido à pandemia. Alertou para a brutal crise financeira que o país atravessa, salientando que não se pode “esperar que as soluções de ontem sejam as soluções de amanhã”.
“Portugal não pode fingir que não existiu e existe uma pandemia, assim como não pode fingir que não existiu e existe uma brutal crise económica e financeira”, disse Marcelo Rebelo de Sousa esta quarta-feira, durante as comemorações do 10 de Junho. “E este 10 de Junho é o exato momento para acordarmos todos para essa realidade”, continuou.
Referindo-se ao “instante tão diverso daquele que havíamos sonhado”, o Presidente da República discursou durante pouco mais de dez minutos, questionando-se se os portugueses realmente entendem o momento que o país e o mundo atravessam, nestes que são “tempos ingratos e difíceis”. “Percebemos mesmo o que se passou e passa? Ou apesar de concordamos com os desafios deste tempo preferimos voltar ao passado?”, perguntou.
Salientou que “a pandemia foi quase global, criou medos e inseguranças”, porque parou economias, refez fronteiras e travou o comércio. “Termos chegado onde chegámos, três meses depois, só foi possível porque o povo português soube compreender e seguir a contenção”, disse, referindo que “os políticos fizeram trégua de dois meses e uniram-se no essencial”.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, tendo em conta os desafios do presente, “não podemos esperar que as soluções de ontem sejam as soluções de amanhã”, alertando para a necessidade de uma resposta diferente, num contexto também ele diferente, mas que pode, e deve, ser encarado como uma oportunidade de mudança para o país.
“Percebemos mesmo que temos nos meses e anos próximos uma oportunidade única para mudar o que é preciso, com coragem e determinação? Não podemos entender que nada ou quase nada se passou”, rematou o Chefe de Estado, antes de revelar que vai galardoar os profissionais de saúde que trataram do primeiro doente infetado com coronavírus no país, uma forma de homenagear o “heroísmo ilimitado” de todos estes profissionais.