João Barros, in Económico
Dados do INE revelam uma descida no desemprego para os 5,6%, mas também na população ativa e na empregada.
O desemprego em Portugal desceu para os 5,6% no segundo trimestre do ano, revelam os dados divulgados esta quarta-feira. Esta descida corresponde a menos 69,7 mil desempregados em relação ao trimestre anterior e menos 50,1 mil do que no mesmo período de 2019. O número total de desempregados no país é agora de 278,4 mil pessoas.
Já a população inativa aumentou 5,7% e 7,5%, comparando com o trimestre anterior e com o mesmo período de 2019, respetivamente, subidas estas mais elevadas do que alguma vez registadas desde o início da série, em 2011. Estes aumentos são explicados, em grande parte, pelo aumento da população inativa que, apesar de estar disponível, não procurou trabalho, que contabilizam 312,1 mil pessoas. Isto significa aumentos de 87,6% e 85,6% quando comparando, respetivamente, com o trimestre anterior e o período homólogo.
Também a população ativa e a empregada registaram descidas no período em análise, tanto em termos homólogos como relativamente ao trimestre anterior. A população ativa caiu 3,9% em relação ao primeiro trimestre do ano e 4,5%, comparando com o período homólogo; a população empregada registou uma diminuição de 2,8% face ao trimestre anterior e de 3,8%, comparando com o segundo trimestre de 2019.
Outro indicador salientado pelo INE é o volume de horas trabalhadas, em que se verifica reduções de 22,7% numa comparação trimestral e de 26,1% numa análise homóloga. Ambas as variações são as maiores registadas desde 2011 e são explicadas, sobretudo, pela população empregada ausente do trabalho. Estes valores resultam da falta ou redução de horário (que inclui situações de layoff, um mecanismo amplamente utilizado no contexto de pandemia que se vive), situação reportada por 680,1 mil pessoas. A taxa de subutilização do trabalho ficou-se nos 14%, mais 1,1pp do que no último trimestre e 1,6pp no mesmo período de 2019.
Do primeiro para o segundo trimestre do ano, 86,8 mil pessoas transitaram do emprego para o desemprego e 264,6 mil do emprego para a inatividade, o que contabiliza 351,4 mil pessoas que deixaram de estar empregadas no intervalo de um trimestre. Em sentido inverso, do desemprego para o emprego passaram 64,3 mil pessoas e mais 152,4 mil transitaram da inatividade para uma situação de emprego, perfazendo 216,8 mil pessoas a passarem para o emprego no período.
Em termos regionais, o Algarve exibe a maior taxa de desemprego, com 7,4%, seguido de Madeira e Lisboa, com 6,7& e 6,5%, respetivamente. No Alentejo verifica-se a mais baixa taxa de desemprego, com 3,3%.