José Varela Rodrigues, in Económico
São os mais jovens que revelam níveis mais elevados de insegurança laboral. Mas entre os inquiridos, a insegurança relacionada com o receio de perder ou reduzir condições e qualidade do trabalho, é superior ao receio de perder o emprego. É entre as mulheres que se regista um maior receio em perder o emprego.
A pandemia da Covid-19 tem gerado efeitos económicos nefastos e levantado receios junto da população laboral nacional em todas as áreas de atividade. Neste sentido, são os trabalhadores mais jovens, com idade inferior a 25 anos, que apresentam níveis mais elevados de insegurança laboral, segundo as conclusões de um estudo da Universidade Europeia sobre segurança no trabalho em contexto de pandemia, divulgado na terça-feira.
Aos receios dos mais jovens, acresce que os trabalhadores com vínculos laborais mais precários – seja por contratos a termo certo com empresas de trabalho temporário ou por contratos a termo – são os que “apresentam uma perceção de insegurança laboral mais elevada”.
Ou seja, segundo a análise da Universidade Europeia, “a insegurança relacionada com o receio de perder ou reduzir condições e qualidade do trabalho, é superior ao receio de perder o emprego”.
Já quanto à questão sobre que género apresenta maiores receios de insegurança laboral, concluiu-se que as mulheres revelam uma insegurança laboral “significativamente mais elevada do que os homens”. Ou seja, o estudo concluiu que o receio de perder o emprego e o receio em perder ou ver reduzida a qualidade das condições de trabalho, é superior entre as mulheres.
Quando a análise recaiu sobre as perceções de segurança ou insegurança laboral entre quem trabalha em regime de teletrabalho e quem não está em trabalho remoto, verificou-se que a maior parte da população que não está em teletrabalho revelou maior insegurança laboral.
Contudo, num contexto macroeconómico pós-pandemia, o estudo da Universidade Europeia concluiu que “a maior parte da população inquirida sente-se segura no trabalho face à ameaça da pandemia e concorda que a empresa na qual trabalha manterá todos os postos de trabalho e assegurará as condições de segurança no trabalho necessárias face às ameaças da Covid19”.
Ou seja, “o estudo deparou-se com um contexto de alguma tranquilidade e otimismo no que concerne à segurança nas condições de trabalho e no emprego”, apesar dos receios apurados entre os inquiridos.
As conclusões do estudo da Universidade Europeia basearam-se nas respostas de 1.519 inquiridos.