5.8.20

A importância da proximidade e humanização nos serviços/produtos vs. digitalização da economia e teletrabalho


Enquanto que o mundo avalia os benefícios inegáveis da digitalização empresarial, há quem pare para pensar no valor indispensável que a proximidade e o tacto acrescentam a um negócio. Conheça a opinião de Bruno Mesquita.

Qual, na sua opinião, será o papel das agências de comunicação no desenvolvimento da comunicação das empresas neste mundo cada vez mais digital e mais próximo?

Neste momento, mais do que nunca, a digitalização e a importância da comunicação digital nas empresas e entidades públicas torna-se cada vez mais evidente. A responsabilidade das agências de comunicação e respetivos departamentos de marketing das empresas será cada vez maior.

A manutenção dos seus recursos humanos, a fidelização dos seus clientes e a pesquisa de potenciais neste mercado tão agressivo são os principais objetivos de qualquer empresa, neste sentido o investimento em estratégias que visam aumentar o brand awareness (como a empresa é percecionada pelos seus parceiros), employer branding (como os seus colaboradores vêm a própria empresa) são fundamentais e têm de ser implementadas por profissionais que valorizem e comuniquem de forma eficaz a mensagem e os valores de cada marca ou empresa.

Quais são as grandes dificuldades que as empresas sentiram quando se viram obrigados a colocar alguns trabalhadores em teletrabalho?

É fundamental percebermos que a importância do trabalho em equipa nunca se vai sobrepor ao trabalho individual: é nisto que acredito e tento transmitir às minhas equipas. Se partirmos desta premissa e a assumirmos como fundamental para o sucesso das empresas é óbvio que o teletrabalho, por vezes, pode não ser favorável para a qualidade dos serviços que se pretendem entregar.

Confesso que, na minha opinião, a grande maioria das empresas não estava pronta para colocar os seus trabalhadores em casa, não só por uma questão de confiança que se levanta quando estão fora do radar dos donos do negócio, mas também por uma questão logística e de meios informáticos para tal.

Enquanto que a primeira questão se resolve com uma implementação de medidas de responsabilização dos colaboradores e uma forte cultura empresarial que assenta em princípios e valores fundamentais para qualquer empresa confiança, transparência e responsabilidade laboral a outra resolve-se com um forte investimento em hardware e software que, na parte das empresas, com a dificuldade que têm tido, não foi fácil investir.

Está confiante de que o Plano de Estabilização Económica e Social (PEES) pode ser útil na digitalização da economia?

Tendo como base a negociação e conclusão do processo de distribuição de fundos comunitários e sendo uma das principais bandeiras da União Europeia para o desenvolvimento e capacitação do tecido empresarial europeu, acredito que poderá ter um papel fundamental para as empresas.

Não estando ainda definidos limites, bem como áreas específicas de atuação deste programa na digitalização das empresas, esperemos ter algumas novidades em breve. Para além dos meios óbvios de comunicação como são um website, uma loja online ou a gestão das redes sociais, é fundamental que as empresas não fiquem estagnadas num investimento inicial e que tenham uma atitude proativa na atualização de conteúdos desses mesmos meios.

Bruno Mesquita, CEO da Belo Digital
Tivemos conhecimento de que a Belo Digital tem tido um papel relevante no apoio às empresas, no entanto, devido a esta pandemia e o futuro estar rodeado de incerteza, quais as dificuldades que prevê nesta temática?

Não colocaria a questão nas dificuldades de implementação de estratégias de comunicação, mas sim na consciencialização da importância e necessidade de transmitirem, de uma maneira profissional e planeada, toda a sua comunicação empresarial a fim de se destacarem de forma positiva e clara da sua concorrência.

Para uma agência que se instalou no mercado de Leiria há pouco mais de 3 anos o reconhecimento do nosso trabalho tem sido extremamente gratificante. Com mais de 250 projetos na área da comunicação digital desde websites, criação e ativação de marcas, rebranding de logótipos e gestão de redes sociais somos responsáveis pela gestão da comunicação de empresas que, em média, já contam mais de 20 anos de existência e que representam mais de €50M de faturação anual — o que implica um sentido de responsabilidade acrescido.

Não é por acaso que temos sido apelidados como “o departamento de marketing” das empresas, dada a proximidade e atenção que damos a cada um dos nossos clientes. Aliás, só assim podemos ir ao encontro das suas necessidades e, principalmente, das necessidades que os seus clientes têm ou possam vir a ter.

Fale-nos um pouco de si. Como consegue o Bruno Mesquita gerir o seu dia-a-dia já que tem uma grande variedade de áreas de negócio em que está envolvido?

Só com a melhor esposa e amiga do mundo e uma família e amigos muito compreensivos comigo é que consigo transmitir o meu conhecimento, a minha experiência, os meus princípios e valores a quem me acompanha diariamente. Confesso que sou um felizardo por ter as melhores pessoas a trabalhar comigo e que transformam as várias tarefas e decisões difíceis em momentos em equipa que, quando são partilhados, se tornam muito mais fáceis de decidir.

Tudo começou nas bases que me deram enquanto pessoa, a formação que tive em Vila Nova de Famalicão em Eng. Eletrónica e Informática em que aprendi imenso com professores fantásticos, até à partilha das primeiras experiências profissionais que adquiri enquanto trabalhador e enquanto gerente, administrador e gestor de empresas.

Neste momento tenho como responsabilidades principais a gestão da Belo Digital – Agência de Comunicação, em Leiria, onde são desenvolvidas estratégias de comunicação para empresas, a gestão na Belo Solutions – Indústria Têxtil, onde produzimos vestidos de noiva e mais recentemente equipamentos de proteção individual e como administrador da Rectimold – Produção de Moldes de Alta precisão, onde produzimos moldes técnicos para as áreas da saúde, relojoaria, armamento, irrigação e automóvel.