in Expresso
Líder da Federação de Sindicatos de Administração Pública alertou, em entrevista ao “Público” e à Rádio Renascença, para a necessidade de “refazer a classe média”
José Abraão, líder da Federação de Sindicatos de Administração Pública (Fesap), defende que, além dos aumentos salariais, o aumento dos rendimentos dos trabalhadores também se consegue através da descida dos impostos sobre o trabalho. Em entrevista ao "Público" e à Rádio Renascença, o líder da federação afeta à UGT explicou que a carga fiscal "sobre o rendimento do trabalho permitiria criar condições para se despenalizar o rendimento do trabalho".
"Tristemente, é difícil de aceitar, num Governo como este, que o salário mínimo seja cada vez mais o salário médio", disse José Abraão, alertando para a necessidade de "refazer a classe média". E deixou críticas ao executivo: "À semelhança do que tem acontecido no apoio às empresas, e sabendo que existe nos fundos comunitários mais de 1800 milhões de euros para a administração pública, não posso crer que um Governo como este, de esquerda, liderado por socialistas, não tivesse condições para fazer aqui uma opção diferente da que fez até agora".
Durante a entrevista, José Abraão referiu que "para dançar é preciso dois", a propósito da negociação coletiva e do diálogo social com o Governo. E, para o próximo ano, o líder da Fesap não descarta a hipótese de uma luta social mais intensa: "Se não tivermos o tal outro parceiro para dançar, definitivamente temos de utilizar todos os meios ao nosso dispor para forçar a negociação coletiva para reforçar o diálogo social".